Vigilância Ambiental de São Cristóvão faz parceria com pesquisadores da UNIT

03/03/2021 - 13:05 Atualizado há 12 horas



 

A coordenação de Vigilância Ambiental de São Cristóvão fechou uma parceria com pesquisadores do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) e do Programa em Saúde e Ambiente, ambos da Universidade Tiradentes (UNIT). A parceria visa estabelecer a troca de informações, dados científicos e ações em conjunto entre a prefeitura e os pesquisadores referentes a aspectos epidemiológicos e estudo de moluscos vetores da meningite eosinofílica e da esquistossomose.

 

 

 

 

 

Sobre a Menigite Eosinofílica, Guilherme Mota, doutorando do Programa em Saúde e Ambiente da Unit, afirmou que “ a contribuição será trazer mais informações com embasamento científico e alertar as autoridades sanitárias e a população a respeito dos riscos e da principal forma de manter o melhor controle malacológico do caramujo gigante africano”.

 

 

“É muito difícil lidar com esse molusco invasor. Então, se faz necessário o envolvimento da comunidade científica, população exposta, vigilância ambiental e área da saúde, em que serão bem vindos para que juntos possamos estar trabalhando e contribuindo com a promoção em saúde”.

 

 

Guilherme Mota, doutorando do Programa em Saúde e Ambiente da Unit

 

 

Já com relação à doença esquistossomose, o laboratório de doenças infecciosas e parasitárias da UNIT vem realizando pesquisas no município de São Cristóvão, no ambiente rural e urbano, analisando possíveis focos de transmissão da doença e estudou a população de caramujos aquáticos do gênero Biomphalaria tanto em épocas de chuva como em períodos de estiagem. As pesquisas buscaram determinar os índices de infecção desses moluscos e a contaminação do ambiente por dejetos fecais.

 

 

Segundo a professora Verônica Sierpe Jeraldo, pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Unit, essas informações são importantes para que as autoridades de saúde e infraestrutura possam realizar campanhas de prevenção e controle de forma mais eficaz.

 

 

 

Verônica Sierpe Jeraldo, pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa da Unit

 

 

“Estamos verificando a presença do molusco produtor da esquistossomose nos locais, a possibilidade de infecção desses moluscos, e como eles estão formando locais de risco para a população. O molusco é um habitante normal do ambiente, o problema é que eventualmente ele também se infecta e se torna transmissor para o ser humano”, explica a professora.

 

A prefeitura está acompanhando as pesquisas e dará a assistência necessária para que haja a devida vigilância nestes locais e assim, haja também a promoção da saúde à população. Segundo a coordenadora da vigilância em saúde ambiental de São Cristóvão, Elis Correia, a parceria trata-se de um "somar de forças" com o objetivo de promover saúde ambiental para população.

 

 

 

 

“Quando se fala em saúde ambiental, estamos falando também de saneamento básico, coleta de lixo, educação em saúde, prevenção através de um ambiente que colabore com a saúde das pessoas. Então, esta não é uma pauta que nasce e se encerra na saúde, muito pelo contrário, para que ela aconteça, tem que haver a união de secretarias municipais, instituições de ensino e comunidade em geral e é isso que estamos fazendo, somando forças na busca de soluções”, explica ela.

 

 

 “Especificamente neste caso, a detecção através de comprovação científica de caramujos infectados, em determinadas áreas, nos fornecem respaldo para avançarmos enquanto setor público, em melhorias sanitárias no local, manejo ambiental com urgência devido ao resultado e ampliação de atividades educativas junto às equipes de saúde e população da localidade”, complementa a coordenadora.

 

 

Elis Correia, Coordenadora da vigilância em saúde ambiental de São Cristóvão

 

 

O objetivo da parceria é ainda que as pesquisas da UNIT possam ajudar a Vigilância Ambiental de São Cristóvão a orientar a tomada de decisões e a realização de ações voltadas para saúde das pessoas. Isso se dará através do fornecimento de relatórios oficiais da Instituição para a prefeitura junto aos dados obtidos com as pesquisas. “Nosso compromisso é estar sempre a postos para colaborar, sempre que houver necessidade, com os trabalhos de campo da instituição através da coleta malacológica de forma coletiva com nossos agentes de endemias”, enfatiza a coordenadora Elis Correia.

 

 

A esquitossomose é uma doença silenciosa, também conhecida por barriga d'água ou doença do caramujo, que traz muitos prejuízos ao indivíduo, mesmo após anos de infecção, gerando danos geralmente irreversíveis.

 

 

 

 

 

 

Fotos: Dani Santos e arquivo Unit