São Cristóvão participa de Seminário sobre Insegurança Alimentar promovido pela UFS

11/11/2022 - 14:21 Atualizado há 8 horas



Com o intuito de promover soluções para o fim do mapa da fome, a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) junto do Prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, participaram na manhã da última quinta-feira (10) de um seminário sobre insegurança alimentar no estado de Sergipe. A ação foi promovida pela Universidade Federal de Sergipe (UFS).

 

 

Durante o seminário, foram apresentados dados do Suplemento I do II Inquérito de Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 (II VIGISAN), que apontou que existe fome no Brasil e Sergipe ocupa o 4º lugar quando o assunto é Insegurança Alimentar grave sendo um dos cinco estados brasileiros com níveis mais altos de IA. São 30%, mais de 700 mil sergipanos convivendo com a fome.

 

De acordo com a coordenadora do Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional (OSANES - UFS), Silvia Voci, o seminário surgiu com objetivo de ampliar a divulgação destes dados em Sergipe, mais precisamente em relação a contribuição da pandemia de Covid-19 que resultou no aumento dos níveis de insegurança alimentar em todo o Brasil. Na oportunidade, ela destacou a importância de parcerias como a da Prefeitura de São Cristóvão para o enfrentamento à fome.

 

“O papel de São Cristóvão nesse evento é relevante por ser um município que possui protagonismo importante no estado pelas ações de segurança alimentar e nutricional e por terem um compromisso com essa temática, então estamos fazendo esse momento de discussão para sensibilizar os demais gestores em pensar saídas em termos de políticas públicas para lidar com essa problemática”, explicou.

 

Silvia Voci, coordenadora do OSANES - UFS

 

Durante a sua fala, o Prefeito Marcos Santana destacou a parceria com o OSANES na aplicação de políticas relativas a essa questão e pela preocupação em garantir as condições mínimas de sobrevivência para as famílias com vulnerabilidade social e em situação de insegurança alimentar. “São Cristóvão hoje é o único município sergipano que tem um Centro de Referência em Segurança Alimentar e Nutricional e que possui participação em programas como o PAA federal, na Conab estadual e nós criamos recentemente o nosso PAA municipal que iremos operacionalizar em breve. Então, a partir das reflexões estabelecidas neste seminário, nós poderemos agir enquanto responsáveis pela frente municipal em São Cristóvão”, disse.

 

Prefeito Marcos Santana

 

Para a presidente do Conselho Nacional Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) de Aracaju, Celina Campos, um grande problema existente é a falta de dados referentes à insegurança alimentar nos municípios, e pontuou a necessidade de cobrança do Poder Executivo na criação de políticas públicas sobre esse tema. “A segurança alimentar nutricional é algo sério no Brasil que comporta todos os campos e não temos estudos específicos da área, então por meio dessa discussão nós poderemos ter novas diretrizes para que busquemos esses dados dentro das cidades”, finalizou.

 

Celina Campos, presidente do CONSEA Aracaju

 

Um dos palestrantes presentes, Ciro Brasil, que faz parte da secretaria de estado geral de governo, apresentou um breve panorama socioeconômico em Sergipe, passando por temas como demografia, economia, renda e pobreza. Segundo ele, “a pandemia de Covid-19 trouxe um dos maiores impactos recentes em termos socioeconômicos pra sociedade brasileira e mundial e é claro que isso vai ter repercussão prática na vida das pessoas, na sua renda e subsequentemente na comida e na fome que tende a aumentar nesses períodos conturbados”, ressaltou. 

Ciro Brasil, palestrante 

 

Segundo a secretária de assistência social de São Cristóvão, Lucianne Rocha, a Cidade Mãe de Sergipe é a única no Estado que conseguiu executar até o momento todas as modalidades do programa de aquisição de alimentos, contribuindo assim para a política de redução da insegurança alimentar no município. “São Cristóvão vem em um movimento muito importante de potencializar a sua política de segurança alimentar como uma forma de enfrentamento à fome, de enfrentamento à vulnerabilidade social que foi algo que infelizmente a pandemia ela potencializou dentro do nosso país como um todo. Por meio dessas discussões do seminário, iremos potencializar o que já temos executado no município e também para gente transmitir a nossa experiência para outras cidades que estejam passando por dificuldades e queiram fazer parcerias”, concluiu. 

 

Lucianne Rocha, secretária de assistência

 

Para além dos muros acadêmicos

 

No período da tarde, em comemoração dos seis anos de existência do OSANES, aconteceu a III Tenda Maria Emília em que ocorreram rodas de conversa sobre diversos temas relativos à fome no Estado. Numa delas, o Centro de Referência Alimentar e Nutricional (Cresan) da Semas junto de outras organizações participaram de uma discussão sob o tema “Estado em movimento: quais ações estão em execução e quais os desafios atuais na gestão?”, na Praça da Democracia da UFS.

 

 

Para a coordenadora do CRESAN, Winnie Correia, essa ação foi um momento oportuno para apresentar o que São Cristóvão tem feito para combater a fome na Cidade Mãe. “A política de segurança alimentar tem sofrido diversos desmontes nos últimos anos para começar com a extinção do conselho nacional de segurança alimentar, então o município de São Cristóvão tem sido pioneiro por ser um dos únicos que tem continuado a fortalecer e incentivar essa política”, finalizou. 

 

Winnie Correia, coordenadora do CRESAN

 

Fotos: Heitor Xavier e Dani Santos