Projeto Mãe das Águas: Prefeitura promove ação de limpeza às margens do Rio Pitanga

21/03/2024 - 18:27 Atualizado há 2 dias



Na data que marca o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé e véspera do Dia Mundial da Água, a Prefeitura de São Cristóvão através de diversas secretarias promoveu a limpeza das margens do Rio Pitanga e uma orientação para os adeptos das religiões de matrizes africanas sobre a maneira ideal para realizar as oferendas sem causar danos à natureza. A ação faz parte do Projeto Mãe das Águas. 

 

O entorno do Rio Pitanga, com acesso pela Rodovia João Bebe-Água é um espaço considerado sagrado dos terreiros de Candomblé e Umbanda. As margens do Rio são utilizadas há muito tempo para a colocação de oferendas, mas o uso, de maneira aleatória, desordenada e clandestina, acabou prejudicando a relação homem-natureza.

 

 

Para realização do Projeto, foram convidadas as secretarias de Assistência Social, Meio Ambiente e Serviço Urbanos, além dos moradores do assentamento Emilia Maria, professores e estudantes da Universidade Federal de Sergipe e representantes de terreiros que também contribuíram com a limpeza. A Superintendência Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) também esteve no local dando suporte. 

 

A coordenadora de igualdade racial da Secretaria de Assistência Social, Sandra Sena, explicou o que representa o local para as casas de religião matriz africana e para a população circunvizinha, e a importância de mantê-lo bem cuidado. "Essas casas, que não são só de São Cristóvão, mas de toda a Grande Aracaju, fazem uso desse local por ser um manancial onde é propício para fazer as oferendas nas margens do rio. Nesse momento, além da limpeza, estamos fazendo a conscientização ambiental para que essas pessoas que utilizam esse espaço possam deixar aqui somente elementos pertencentes à natureza, ou seja, frutas, flores, e levem junto com elas seu alguildar, seus elementos de barro, de madeira, para que a natureza possa ser preservada e elas possam utilizar melhor desse espaço".

 

Coordenadora de igualdade racial da Secretaria de Assistência Social, Sandra Sena

 

De acordo com a referência técnica para religiões de matrizes africanas, Acácia Maria Santos (Mãe Acácia), o trabalho de conscientização começou há cinco anos, e desde então, mudanças positivas já podem ser notadas. "Quando começamos havia muito resíduo de terreiros. Hoje, as pessoas estão se conscientizando e não estão deixando mais tanta coisa na natureza. A natureza precisa ser preservada, porque os orixás vivem na natureza. O mundo dos orixás é a natureza e a gente precisa cuidar. Não só povos de terreiro, como também a comunidade em geral. Quem usa isso aqui, quem participa disso, precisa preservar as águas do rio, preservar a natureza em si, manter esse espaço limpo, para que ele se torne realmente o espaço sagrado".

 

Referência técnica para religiões de matrizes africanas, Acácia Maria Santos

 

Manoel Júnior, que atua na coordenação ambiental da Secretaria de Meio Ambiente, enfatizou que é possível manter o bom diálogo das religiões de matriz africana que professam sua fé através das oferendas e o cuidado com a natureza. “A educação ambiental pode contribuir na promoção de práticas sustentáveis dentro das comunidades religiosas, enquanto a religião de matriz africana pode trazer sua sabedoria ancestral para a preservação dos ecossistemas e a promoção da biodiversidade”.

 


Manoel Júnior, coordenador da Secretaria de Meio Ambiente

 

 

 

Programação do Projeto Mãe das Águas



A programação continua nesta sexta-feira (22), com as seguintes ações: 

 

9h - Coleta da água Rio Pitanga (Rodovia João Bebe Água)

 

10h - Cortejo partindo da Igreja do Rosário dos Homens Pretos em direção à Praça da Matriz para realização do Xirê

 

 

 

Fotos: Dani Santos