Prefeitura realiza mobilização para combater o abuso sexual de crianças e adolescentes

19/05/2022 - 13:32 Atualizado há 23 horas



Em 18 de maio é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, por isso, ao longo deste mês, no Brasil inteiro é realizada a campanha Faça Bonito, que tem o objetivo de mobilizar a população para prevenção e enfrentamento desse tipo de violência. Em São Cristóvão, as ações são realizadas por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que conta com uma ampla rede de profissionais empenhados nessa luta que em 2022 completa 22 anos.

 

Campanha Faça Bonito, contra a violência e o abuso sexual de crianças e adolescentes. 

 

De acordo com dados do disque 100, o ano de 2021 registrou mais de 119,8 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no período de janeiro a setembro, sendo que em 2020 foram realizadas mais de 153 mil denúncias no Brasil. Por conta do número de ocorrências, pode-se perceber a importância de impulsionar o debate, principalmente nas comunidades, como relata a diretora de direitos humanos, Ana Caroline Trindade.

 

Ana salienta que as ações já ocorrem ao longo do ano e o mês de maio só reforça a importância dessa abordagem. “Toda a sociedade civil e instituições que trabalham nesse enfretamento, como os CRAS, CREAS, tem o 18 de maio como um marca de luta na defesa dos direitos das crianças e adolescentes. Por isso a nossa programação é vasta e estas atividades são importantes porque são as próprias crianças dos nossos serviços de convivência que vão conduzir a ação para envolver o público, as famílias e toda a população”.

 

Ana Caroline Trindade, diretora de direitos humanos

 

Durante as atividades realizadas pelos CRAS e CREAS na última quarta-feira (18), o protagonismo das crianças e adolescentes da comunidade foi o que chamou atenção. No CREAS aconteceu a plantação de mudas da flor que simboliza a campanha, o girassol, para representar cada criança do município que teve os seus direitos violados. No CRAS São Cristóvão as atividades foram concentradas na Enseada, local onde foi realizada pelas crianças uma caminhada e panfletagem, já no CRAS Gilson Prado Barreto, as crianças e adolescentes que fazem parte do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos- SCFVC realizaram uma peça teatral reforçando a necessidade da conscientização.

 

Caminhada e panfletagem das crianças do CRAS, na Enseada

 

Plantação de sementes de girassol realizada pelas crianças do CREAS

 

A coordenadora da proteção básica do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Gilzanira Nascimento Bastos, destacou a importância de apresentar à comunidade os órgãos da rede que atuam na proteção dos direitos das crianças e adolescentes e os meios disponíveis para denúncia. “Trabalhamos essa temática o ano todo sempre destacando a importância de debater o assunto e da população conhecer os canais de denúncia caso haja suspeita de abuso. A ideia é mostrar que a juventude não está sozinha, que estamos todos empenhados na luta pelos seus direitos e que todo cidadão deve cumprir com o seu papel”, explicou.

 

Gilzanira Nascimento Bastos, coordenadora da proteção básica do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS)

 

Para a gerente do CREAS, Beatriz Albuquerque, é de suma relevância que exista uma rede de profissionais engajada em prol dos direitos da criança. “Neste caso nós temos a assistência social, que nos auxilia na conscientização e divulgação desse espaço de proteção e de garantia de direitos dos nossos usuários, além do educador social também cumpre com um grande papel na articulação das famílias e na luta pela superação desse tipo de violação”, destacou.

 

Beatriz Albuquerque, gerente do CREAS

 

Eri Santos atua como educador social no CRAS e destaca que “o ápice do trabalho realizado está na prevenção, por isso é importante a comunidade estar por dentro de todas as informações possíveis e ter essa sensibilidade, de perceber e agir”, quem concorda com o educador é a moradora do município, Taiane do Nascimento Souza, “achei interessante as próprias crianças nos trazerem essas informações, o que com certeza aumenta ajuda na conscientização das famílias e na coragem de denunciar”, enfatizou.

 

Eri Santos, educador social do CRAS

 

Taiane do Nascimento Souza, marisqueira e moradora da Enseada

 

Crianças em ação no Dia 18 de maio

 

Denuncie!

 

Toda a sociedade precisa fazer a sua parte nesse processo de enfrentamento à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes. Portanto, em caso de suspeitas ou conhecimento de que alguma criança esteja sofrendo esse tipo de violência, pode procurar qualquer uma das instituições: Conselho Tutelar, Disque 100, escolas, unidades de saúde, CRAS, CREAS, delegacias especializadas ou comuns, e as polícias.

 

Fotos: Dani Santos