Projeto "Libras para Mães" promove inclusão de crianças e adolescentes surdos e fortalece laços na rede municipal de ensino de São Cristóvão

19/01/2024 - 16:46 Atualizado há 1 dia



 

Na busca incessante por promover uma educação inclusiva e atender às necessidades específicas de cada aluno, a Secretaria Municipal da Educação (Semed) inova ao oferecer aulas de Língua de Sinais para as mães de alunos surdos. O projeto é denominado “Libras para Mães” e sua execução é através do Núcleo de Atenção Psicossocial e Pedagógico (NAPP) que tem conquistado adeptos da rede municipal de ensino.  

 

 

 

 

A ideia surgiu de uma mãe engajada na comunidade escolar, que percebeu a importância do aprendizado da Língua de Sinais para as mães de crianças surdas. O projeto rapidamente ganhou apoio e adesão, destacando a necessidade de proporcionar uma compreensão mais profunda da realidade de seus filhos. 

 

 

João e sua mãe Patrícia 

 

 

A coordenadora do NAPP, Mardilene Prado, explica a relevância dessa iniciativa. “Hoje temos cinco alunos surdos em nossa rede municipal de ensino e iniciamos essa ação em novembro. Esse aprendizado é fundamental para fortalecer os laços entre mães e filhos surdos, além de contribuir diretamente para a evolução da educação dessas crianças. Essas mães entendendo a Língua de Sinais, é uma maneira de promover uma comunicação mais eficiente e inclusiva, que transcende as barreiras linguísticas”. Reforça ainda, que através desse trabalho, foi despertado em mães de outra rede de ensino o desejo pela transferência de seus filhos surdos para a rede municipal de São Cristóvão. 

 

 

Mardilene Prado

 

 

As aulas são ministradas por intérpretes especializadas, Camila Monteiro e Luanda da Silva, que têm proporcionado às mães um ambiente acolhedor para aprender e praticar a Língua de Sinais Brasileira (Libras). Os encontros acontecem semanalmente, na manhã da sexta-feira, e abordam não somente a comunicação básica, mas também sobre a cultura, estratégias para auxiliar no desenvolvimento educacional de seus filhos. 

 

Camila Monteiro destaca a importância não só da mãe, mas da família da criança ou adolescente surdo participar das aulas e desse processo de aprendizagem. “A participação da família é muito importante, dos alunos surdos e de outras especificidades que possam entender que a participação da família é fundamental para auxílio do desenvolvimento daquela criança e daquele adolescente. O surdo se sente um estrangeiro em seu próprio país, mas ainda há tempo de revertermos isso, começando, principalmente, dentro de casa”. 

 

 

Camila Monteiro e Luanda da Silva 

 

O trabalho é feito em conjunto, e além das intérpretes, o projeto tem a presença do assistente social. Segundo Anne Couto, assistente social presente no projeto, a inserção desse profissional na educação é essencial. A categoria luta para incluir o serviço social dentro da educação há anos e em 2019, foi aprovada a lei de obrigatoriedade do assistente social dentro da educação, a qual São Cristóvão foi pioneira nessa inclusão. “É notório a evolução dos alunos depois dessa iniciativa, quanto mais pequeno for o aluno, a evolução tende a ser melhor, mas temos alunos adolescentes que também estão mostrando a cada dia um ótimo rendimento. E isso é resultado do trabalho feito pelos profissionais da Libras e do nosso atendimento composto por assistente social e psicóloga”.  

 

 


Anne Couto

 

Fotos: Dani Santos