Prefeitura de São Cristóvão reestrutura atendimento psicossocial do município

14/08/2020 - 18:14 Atualizado há 2 horas



A Secretaria de Saúde de São Cristóvão, dentro das metas de regulamentação do atendimento à população, reestruturou os dois Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município aumentando assim o número de acolhimento e os serviços ofertados aos pacientes. Em relatório apresentado pela equipe de Atenção Psicossocial de São Cristóvão é possível verificar que os índices de atendimento individual, os números de acolhimento diurno e os atendimentos em grupo aumentaram consideravelmente nos últimos três últimos anos.

O CAPS I Valter Correia, localizado no Alto da Divinéia, o número de atendimentos individuais de pacientes com transtorno psicossocial que era de 182 em 2015, em 2019 esse número chegou a 1.135. Outro índice que apresentou um aumento significativo foi o atendimento em grupo. Em 2015, o CAPS I Valter Correia não atendeu (ou não registrou) nenhuma ação em grupo de pacientes com transtornos psicológicos, sendo que em 2019, aconteceram 1.447 atendimentos em grupo.

 

Já no CAPS II João Bebe-Água (instalado no bairro Rosa Maria), em 2015, foram somente 53 atendimentos individuais de pacientes com transtorno mentais, enquanto que 2019 esse número foi de 1.022 casos. As ações em grupo saíram de zero em 2015 para 1.070 em 2019. “Os números comprovam que os investimentos que a Prefeitura de São Cristóvão empregou nos últimos anos estão refletindo diretamente em mais qualidade de vida dos nossos pacientes”, pontuou o prefeito Marcos Santana.

Os dados mostram que na produção ambulatorial de 2017 até primeiro semestre de 2020, houve aumentos significativos nas áreas de: práticas corporais em medicina tradicional chinesa, oficina de massagem, sessão de meditação, teste rápido para detecção de hepatite C, atendimento individual em psicoterapia, atendimento familiar, acolhimento inicial, atendimento domiciliar, ações de articulação de redes intra e intersetoriais, fortalecimento do protagonismo dos usuários e seus familiares, práticas corporais, práticas expressivas e comunicativas, atenção às situações de crise, matriciamento de equipes da Atenção Básica, várias ações de redução de danos, ações de reabilitação psicossocial, promoção de contratualidade no território e matriciamento de equipes dos pontos de atenção de urgência emergência.

Marcos Santana 


Segundo informou a coordenadora da Rede de Atenção Psicossocial de São Cristóvão, Stefanie Silva Vieira, esse aumento registrado nos últimos anos é uma consequência da política de regulação e garantia do atendimento aos pacientes com transtornos mentais que a gestão municipal vem trabalhando para efetivar.

Stefanie Silva Vieira

“De 2013 até 2017, a grande maioria dos procedimentos envolvendo pacientes com transtornos mentais era abaixo do esperado ou nula, não existia essa preocupação com essas pessoas. Em 2017, a Prefeitura de São Cristóvão começou do zero e assim vem garantindo ano a ano que esses procedimentos sejam realmente cumpridos. Nos dois CAPS, se levarmos em consideração o ano de 2015 foram feitos apenas 323 procedimentos (nas áreas citadas acima). Em 2019, por exemplo atingimos o ápice em atendimentos, quando registramos 8.979 procedimentos diretamente ligados aos nossos pacientes e seus familiares”, explicou Stefanie Silva Vieira.


Reestruturação e Acolhimento

 

Com o objetivo de dar aos pacientes com transtornos mentais atenção integral, os dois CAPS de São Cristóvão passaram por reestruturações físicas importantes, que impactaram diretamente no cotidiano dos pacientes e seus familiares, evitando neste contexto as internações psiquiátricas e favorecendo o exercício da cidadania. Diante deste fato, o CAPS I Valter Correia, que durante anos não ofertou à população nenhum cuidado médico nem social, após a reforma passou a oferecer aos pacientes um atendimento completo.

Edjane Mendes da Silva

 

“Tivemos reforma das salas, reformas dos banheiros de usuários e funcionários e efetivamos o atendimento e acompanhamento infantil também, algo inédito até então para nós. Também adquirimos, para o CAPS Valter Correia, carro (usado para as visitas domiciliares), computador, brinquedos e insumos, além de garantirmos as três refeições dos usuários, durante o dia que passam conosco. Outra decisão acertada e necessária foi a contratação de enfermeiro, educador físico, terapeuta ocupacional, técnico de enfermagem, gerente, coordenação de psicossocial e médico. É preciso destacar o apoio da assistência farmacológica, na regulação dos medicamentos”, explicou a gerente do CAPS Walter Correia, Edjane Mendes da Silva.

 

Após anos fechado, com dezenas de pacientes sem receberem atendimento psíquico e psicológico, o CAPS João Bebe-Água (localizado na rua José Almicar de Azevedo 436, Bairro Rosa Maria) foi entregue completamente equipado e com total acompanhamento profissional para os pacientes.

 

“Passamos em 2018, quando aconteceu a entrega do nosso CAPS, a garantir os direitos dos usuários através de atendimento de equipe multiprofissional completa. Contratamos mais um psicólogo e uma enfermeira, terapeuta ocupacional, técnico de enfermagem e médico especialista em saúde mental. Nossos profissionais agora dispõem de um espaço para desenvolverem os atendimentos com mais qualidade, além de realizarem atividades em grupos terapêuticos, atendimento familiar e construírem um Projeto Terapêutico Singular”, informou a gerente do CAPS João Bebe-Água, Andréa Evangelista Mota.

Andréa Evangelista Mota

 

Com a inauguração do novo prédio do CAPS João Bebe-Água foi possível disponibilizar um local exclusivo para um atendimento inclusivo, garantindo um cuidado muito mais eficiente e humanizado, possibilitando também atender pacientes em crise. “Nestes casos, o usuário fica em supervisão direta da equipe durante todo o dia, pelo período necessário para o seu restabelecimento, retornando para casa apenas no período da noite ou no final de semana, quando o CAPS está fechado”, informou Andréa. 

 

A Prefeitura de São Cristóvão garante aos usuários desde 2017: atendimento intensivo para pacientes graves, atendimento semi-intensivo para casos graves e médios e também atendimento não intensivo para casos mais leves. Desde o início da gestão, os pacientes sancristovenses recebem atendimento individual (com psicoterapia), atendimento em grupo (oficinas de arte e de expressão), atendimento para a família e também grupos de famílias.

“Os dois CAPS de São Cristóvão oferecem atividades comunitárias (caminhadas, conferência e passeios), assembleias com usuários e com funcionários, além de atividades comemorativas (datas especiais) e momentos ligados aos direitos dos usuários. A Banda CAPS é um reflexo desse acolhimento. Os integrantes se apresentam em eventos culturais da cidade e também atendendo convites de instituições do estado. Assim nos apresentamos no Festival de Arte de São Cristóvão (FASC), festas natalinas, de São João e ainda na UFS (no encontro dos alunos de Serviço Social). Toda ação inclui trabalho de inserção social, sempre respeitando o indivíduo fortalecendo a cidadania”, pontuou Edjane Mendes da Silva.

 

Pandemia

(Foto: arquivo)

As atividades diárias dos CAPS foram readequadas para que os usuários não fiquem sem atendimento no período de pandemia. As equipes dos dois CAPS estão trabalhando com horários de consultas marcadas, visitas domiciliares e através de ações de busca ativa, garantindo assim acompanhamento psicoterápico, atendimento médico e social, acolhimento, entrega de receitas e aplicação medicamentosa injetável, bem como atendimento familiar.

 


Fotos: Diretoria de Comunicação de São Cristóvão.