Oficinas se tornam alternativas de trabalho e melhoram qualidade de vida de internos do Conpemcan

13/08/2021 - 17:44 Atualizado há 12 horas



 

As atividades manuais e oficinas ofertadas como opções de trabalho têm garantido uma importante ocupação para os internos do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), localizado no município de São Cristóvão. As atividades desenvolvidas dentro da unidade vão desde oficinas de reciclagem de diferentes materiais, oficina de solda, a oficinas de pintura, de refrigeração, de Elétrica e o considerado carro-chefe da unidade, que é a oficina de marcenaria.

 

 

 

 

 

“A marcenaria é uma das principais oficinas que possuímos na parte de manutenção na Unidade do Copemcan. Hoje são 10 internos trabalhando com a marcenaria e com material reciclado feito com pallets. Temos diversos móveis fabricados aqui atualmente”, explica Gilvan Henrique de Jesus, Coordenador de Manutenção do Copemcan.

 

 

Gilvan Henrique de Jesus, Coordenador de Manutenção do Copemcan

 

 

A maioria dos móveis fabricados é destinada à própria unidade, como armários, cadeiras, bancos. Já outros são comercializados a partir de permutas por materiais que são úteis para a o funcionamento da oficina. Ainda segundo o coordenador Gilvan Henrique, as atividades melhoram muito a qualidade de vida dos internos. “A qualidade de vida é muito melhor e isso é um alento também para os agentes que trabalham nos pavilhões, pois os internos são retirados das celas para uma atividade em prol da própria unidade. Quando chegam às oficinas eles correspondem muito bem. Quando é dada a eles essa oportunidade, todos ganham”, conclui ele.

 

 

 

 

Para o interno V.J, a oficina de marcenaria é fundamental para passar o tempo de maneira útil. “Trabalhar aqui é um privilégio. Aqui na oficina podemos trabalhar, limpamos madeira, cortamos, e se não fosse essa oportunidade nós estávamos sofrendo. Estar aqui na oficina é muito bom, algo interessante para nós”, afirma ele.

 

 

 

 

Já para o interno G. H. o trabalho é uma verdadeira terapia. “Na marcenaria faço parte da turma que lixa. Lixo a madeira bruta para depois ela ir para o acabamento. É uma terapia para nós que estamos aqui, ocupa a mente, pois trabalhamos o dia todo e é sempre bom ter a mente ocupada. Quando estamos trabalhando, ouvimos música e ficamos dedicados ao que estamos fazendo, assim o tempo passa bem rápido”, afirma ele.

 

 

 

 

Segundo Wagner Mendonça, Apoio Institucional para saúde prisional da SMS de São Cristóvão, as atividades laborativas são fonte importante no processo de ressocialização desses internos e fazem parte também de um cuidado em saúde mental. “As atividades são também um espaço no cuidado em saúde, no que diz respeito à saúde mental dos internos. Em oposição ao confinamento, os internos colaboradores conseguem ter uma rotina diferenciada dentro da unidade, em termos de atividades, de tempo fora da cela, de acesso aos serviços de saúde quando tem as demandas, e isso faz diferença”, explica ele.

 

 

 

 

“A equipe de atenção primária prisional de São Cristóvão no Copemcan tem feito uma aproximação e um cuidado também. Percebemos que eles relatam sempre como é importante esse processo, que não é só do trabalho, mas de ter outras atividades dentro da unidade”, conclui o apoiador.

 

 

 

 

 

O sistema prisional possui atualmente 56 internos que trabalham como colaboradores da unidade, alguns de forma remunerada, dos quais a ajuda de custo é direcionada às respectivas famílias e outros que estão fora do sistema de remuneração e são beneficiados com a remissão (diminuição da pena por dias trabalhados).

 

Fotos: Heitor Xavier