Mulheres Produtivas: Semas realiza feira com empreendedoras artesãs e oficina itinerante na praça do povoado Rita Cacete

01/09/2023 - 19:10 Atualizado há 3 dias



 

Com a finalidade de garantir qualificação profissional, incentivar o empreendedorismo, complemento de renda e a autonomia financeira, a Prefeitura de São Cristóvão, por intermédio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), vem oferecendo curso de costura, bordado e crochê em níveis básico e intermediário de forma fixa na Casa da Costura Dona Zil e, também, de forma itinerante pelas comunidades da cidade.

 

Na última quinta-feira (31) aconteceu a Feira Mulheres Produtivas no povoado Rita Cacete com a presença de várias empreendedoras, professoras e alunas dos cursos citados acima e a realização de oficinas para o público interessado da localidade. A iniciativa da forma itinerante dos cursos aconteceu à modo de ampliar o alcance e conseguir atender a alta demanda de interesses no aprendizado de artesanato. 

 

Segundo a coordenadora de Inclusão Produtiva e Geração de Renda da Semas, Edicarla Soraia, a Casa da Costura, apesar de ampla, estava se tornando um espaço pequeno para abrigar toda a sociedade sancristovense interessada em empreender e se qualificar na área do artesanato. “A nossa coordenação vem se articulando com as líderes comunitárias, principalmente mulheres, que percebemos essa necessidade de inserção no mercado de trabalho e temos sido bem recepcionadas. Estamos indo às comunidades e revelando talentos”. 

 

 

Edicarla Soraia, coordenadora de Inclusão Produtiva e Geração de Renda da Semas

 

 

Os cursos têm cargas horárias de 40h e 80h, e a modalidade itinerante dos cursos serviu para dar mais oportunidade e alcançar mulheres que, por ventura, não conseguem ir até a sede ou obtém de pouco tempo para outras demandas fora da rotina. “Nosso público prioritário são mulheres inscritas no Cadastro Único, embora recebemos todas elas, independentemente”, explica Edicarla. 

 

 

 

 

Na Casa da Costura  há os cursos ministrados por consultores do Serviços Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) bem como professoras MEIs, do nosso próprio município. A certificação desses cursos ministrados por sanscristovenses e que possuem uma carga horária menor, é disponibilizada pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), através de uma parceria com a gestão municipal. “Temos essa parceria com a UFS e no que tange aos credenciamentos dos cursos de oficinas de crochês, bordados e costura criativa básica, com a culminância das horas, fazemos o encaminhamento e inscrevemos elas via link e, então, elas obtêm a certificação”, complementa a coordenadora de Inclusão Produtiva e Geração de Renda da Semas.




 

Empregabilidade 

 

Os cursos vêm sendo, para estas mulheres, não somente uma oportunidade de conhecimento e caminho para o mercado de trabalho e renda extra para família, como também um momento de tranquilidade e entretenimento, como conta Sandra Xavier, de 41 anos, aluna do curso de Costura.

 

 

Sandra Xavier

 

 

“É também uma terapia que eu estava precisando. Isso não é só um curso, nós conversamos bastante, trocamos contato experiências de vida e fazemos novas amizades. Hoje em dia se encaixar em uma vaga no mercado de trabalho está muito difícil, e o que a prefeitura está fazendo por nós através desse curso é muito importante, está nos dando capacidades e nos incentivando a obter nossa própria renda, aguçando nossos talentos e nos fazendo profissionais”, declara Sandra. 

 

Cátia Maria Batista, agricultora de 50 anos, ouviu recentemente a seguinte frase: “trocou a enxada por agulha, num foi!?”. Em um tom descontraído, ao ouvir essa frase, ela entendeu que a costura veio para somar em sua vida, hoje, ela trabalha com isso e garante uma renda extra para a família. 

 

 

Cátia Maria Batista

 

 

Compreendendo essa importância para outras mulheres que residem em sua localidade, no Assentamento Florestan Fernandes, articulou com a gestão administrativa municipal a ida do curso de forma itinerante para que essa oportunidade se estendesse para outras mulheres. 

 

“Foi uma uma iniciativa muito importante, porque nem todo dispõe realmente do valor de ida até a sede. Aqui, as pessoas foram bem participativas, estávamos empolgadas para fazer e querer aprender. Na segunda aula já tínhamos materiais prontos, foi além das nossas expectativas, foi muito bom!”, ressalta Cátia. 

 

 

 

 

A agricultora complementa que as professoras foram pacientes e cuidadosas com o ensino, de uma forma dinâmica e empática multiplicaram seus conhecimentos e fizeram novas artesãs. “Eu não tinha muito contato com a agulha, não me dava bem, mas elas vieram, pacientemente nos ensinaram as técnicas e aprendemos. O interessante é que o ensinamento foi tão bom, que na segunda aula já estávamos produzindo muito material”, alegra-se. 



 

Portas se abriram 

 

As professoras responsáveis pela formação dos alunos foram selecionadas na própria comunidade, através de um credenciamento realizado pela Assistência Social municipal para pessoas capacitadas a ensinar. Antes alunas dos cursos ofertados, agora, como professoras com a oportunidade de aumentarem suas rendas.

 

Para Ana Cristina de Almeida, 36 anos e professora das turmas de bordado, é gratificante ver o crescimento das suas alunas;  há aquelas que começaram do zero, sem conhecimento de técnicas, e passaram a ter sua própria produção e aguçar cada vez mais a criatividade de cada uma. 

 

 

Ana Cristina de Almeida

 

 

“É muito bom de ver essas oportunidades que possibilitam o acesso a essas aulas, tanto de forma fixa como itinerante como está acontecendo. Levamos um saber novo, uma técnica artesanal, algo que elas podem fazer com as próprias mãos e que possam dar uma perspectiva de renda futura. Então, a nossa expectativa é essa, ensiná-las o bordado livre e a partir disso, elas começarem a desenvolver atividades que sejam rentáveis”. 

 

Analiese Santana, de 40 anos e professora de costura criativa relembra seu tempo de aluna e o como precisou ser forte e acreditar no seu potencial, e um valor que ela passa para as alunas, que acima de tudo e de todos, que elas acreditem em seus talentos. “Fui aluna e hoje voltei como professora”.  Ela cita alguns exemplos dos materiais feitos pelas alunas com uma iniciativa mais sustentável. “A proposta era fazer bolsas, e resolvemos usar o material de divulgação dos festivais da cidade que já passaram. Fizemos três modelos de materiais: bolsas de feira, porta lápis e porta celular”. 

 

 

Analiese Santana

 

 

O material utilizado foram os outdoors da última edição do FASC e todo o trabalho feito estava sendo comercializado na feirinha do povoado Rita Cacete, como também será comercializado em outros pontos. “Pegamos um material que não tinha mais valor algum e transformamos em um trabalho rentável, o investimento é baixo e o lucro é total para elas”.

 

O curso de fato está encontrando diversos talentos para o artesanato na Cidade Mãe, talentos que possuem a vontade de empreender e mostrar a cultura local através da arte. “Eu sempre falo para desistirem dos seus talentos e busco levar meu exemplo: eu não desisti, acreditei em mim quando todos ao meu redor não acreditaram e não me incentivaram, fui atrás da minha profissionalização, comecei a fazer o curso na Casa da Costura, hoje retorno como uma uma instrutora além de ter meu próprio empreendimento através do meu MEI”, finaliza Analiese. 

 

 

 

 

Fotos: Dani Santos