Em parceria com Associação Astra, Semas realiza oficina com servidores da educação para debater a diversidade sexual nas escolas

24/08/2023 - 17:59 Atualizado há 23 horas



 

A Prefeitura de São Cristóvão, através da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), realizou nesta quinta-feira (24) uma oficina com servidores da Secretaria Municipal de Educação (Semed) com o objetivo de debater a diversidade sexual e de gênero nas escolas. 

 

A formação, que contou com o apoio da Associação Astra Direitos Humanos e Cidadania LGBT, é parte das atividades do circuito da Parada LGBT+ de Sergipe 2023 e visa uma integração com o Novo Centro de Referência LGBTQIAPN+ do Município, que será instalado no Grande Rosa Elze. 



A presidente da Astra, Tathiane Araújo destaca que o Circuito do Orgulho é formado por um conjunto de atividades além da Parada LGBTQIAP+, que busca combater o preconceito e conscientizar diferentes setores da sociedade: 

 

“Nós articulamos junto à  Secretaria de Educação pra trazer  alguns professores e fazer um bate-papo sobre o que é  a discriminação e o bullying na educação, que a gente identifica como um dos fatores para a evasão escolar, segundo o Censo  da Rede Transbrasil em nível nacional apontou,  a escolaridade das pessoas trans e travestis beiram o nível fundamental, muito em função dessa discriminação”, lamentou.

 

 

Tathiane Araújo, presidente da Astra

 

 

Para a sexóloga, mestre em educação e ativista da Astra, Adriana Lohana Santos, responsável por ministrar a oficina para o público presente, é fundamental a discussão de diversidade nas escolas para garantir um ambiente saudável para toda a comunidade. Ela também pontua a necessidade da parceria entre poder público e sociedade civil para superar os obstáculos do preconceito: 

 

“É importante a gente como Astra, referência da sociedade civil nas questões que envolvem a comunidade, auxiliar o município, para um planejamento de ações concretas que tem que ser feitas para garantir essa inclusão e permanência das pessoas LGBTs, não somente na educação, mas o direito ao respeito, à individualidade de cada um.  Então, é um momento importante não somente de sensibilização, mas onde a gente também deixa um dever de casa para os gestores locais, no sentido de que é preciso organizar a rede socioassistencial  de educação, de saúde, para poder atender essa população”, explicou Adriana. 

 


Adriana Lohana Santos, sexóloga, mestre em educação e ativista da Astra

 

 

Segundo Sandra Sena, coordenadora de políticas para a população LGBTQIAPN+ da Semas, com a chegada do Centro de Referência o foco é qualificar toda a gestão municipal para tratar o tema da diversidade sexual e de gênero: 

 

“O Centro de Referência LGBTQIA+  será instalado lá no Grande Rosa Elze, e nosso objetivo é  preparar a gestão municipal para um novo momento, de acolhimento, um momento fraterno para essa população já tão sofrida. Por isso hoje realizamos essa oficina, com essa característica de levar para gestores da educação, diretores e coordenadores como acolher esses estudantes”, detalhou Sandra. 



Sandra Sena, coordenadora de políticas para a população LGBTQIAPN+ da Semas

 

 

Entre o público presente estiveram os servidores da rede municipal de ensino, profissionais que vão atuar no novo Centro de Referência LGBT oferecendo suporte jurídico e psicológico; além de alguns estudantes convidados a acompanhar a oficina. 



Para o professor e membro do Núcleo de Inclusão e Diversidade da Semed, Reuber Rosendo Macedo , o acúmulo obtido na formação será determinante para uma atuação preventiva nas escolas: 

 

“Hoje  a questão básica tem sido fazer todo um trabalho preventivo diante de tanta violência que ainda acontece em boa parte das escolas. É importante fazer também essa orientação diante da família, o novo  Centro de Referência LGBT vai trazer pra gente esse apoio numa base de como  encaminhar e trabalhar essas famílias, esses alunos que é o nosso público, mas principalmente sensibilizar e trabalhar bastante os gestores sobre apoio e um cuidado melhor e maior com os alunos”, ressaltou. 

 

 

Reuber Rosendo Macedo, professor e membro do Núcleo de Inclusão e Diversidade da Semed

 

 

Para a coordenadora do Núcleo de Inclusão e Diversidade da Semed, Mardilene Prado, a oficina foi uma preparação para enfrentar desafios cada vez mais atuais na educação pública: 

 

“Nós precisamos  desses momentos, que são importantes paras nossas vidas, porque o que tá acontecendo nas escolas é essa realidade, jovens em processo de autodescoberta e a gente precisa realmente conhecer como devemos agir diante desses conflitos”, concluiu.

 

 

Fotos: Heitor Xavier.