Secretaria de Saúde de São Cristóvão realiza capacitação sobre Hanseníase para agentes comunitários de saúde

05/05/2023 - 20:32 Atualizado há 1 dia



Na última quinta-feira (04), a Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão realizou o encerramento da rodada de capacitação sobre Hanseníase para agentes comunitários de saúde do município. O intuito das atividades foi aprimorar o olhar dos profissionais para a detecção e o acompanhamento de pacientes com a doença, uma vez que são a ponte entre a comunidade e as unidades de saúde.

 

As capacitações foram iniciadas no dia 27 de abril, na Universidade Federal de Sergipe, para os agentes do grande Rosa Elze. Já no dia 04 de maio, a manhã de atividades foi voltada para o público do centro histórico de São Cristovao e povoados adjacentes. As atividades foram planejadas seguindo uma metodologia gameficada, com jogos de perguntas e respostas para ativar o engajamento e a memória dos participantes. O encontro também contou com alongamentos e atividades físicas para os participantes.

 

 

Segundo Joélia Ferreira, referência técnica de Hanseníase no município, a importância de levar o tema aos agentes comunitários de saúde se dá porque são eles que têm o primeiro contato com os suspeitos portadores da doença, bem como realizam o acompanhamento dos casos confirmados e a busca ativa dos pacientes faltosos para que não abandonem o tratamento. 

 

Joélia Ferreira, referência técnica de Hanseníase no município

 

“A Hanseníase é uma doença que tem cura e possui tratamento gratuito pelo SUS, embora persistam o estigma e a descriminação, fazendo com que as pessoas infectadas não procurem a unidade básica de saúde para um possível diagnóstico e início de tratamento para que se quebre a rede de transmissão”, explica.

 

Não é a primeira vez que o município oferece esse tipo de capacitação para seus profissionais. Juliana Silveira, que estava como Coordenadora de Vigilância Epidemiológica de São Cristóvão, conta que a oficina já foi ofertada para outros profissionais da saúde: “A oficina tem o objetivo de atualizar dados e protocolo de atendimento a usuários com hanseníase no município. Por isso, a orientação para os médicos e enfermeiros aconteceu no ano passado e a atividade com os Agentes tem por objetivo qualificar a busca ativa de sintomáticos e aumentar o diagnóstico e tratamento dos casos suspeitos”. 

 

Juliana Silveira, Coordenadora de Vigilância Epidemiológica de São Cristóvão

 

Maria do Socorro Alves, agente comunitária de saúde da UBS Irônia Aragão, participou da capacitação e pontuou que aprender a identificar a doença e lidar com o paciente é essencial para seu trabalho. “Já aconteceu de encontrarmos manchinhas suspeitas em pacientes e, ao fazer exames e a avaliação, realmente a pessoa recebeu o diagnóstico de Hanseníase e começou o tratamento. Mas também já aconteceu de acharmos que um caso era a doença, mas o paciente ser diagnosticado com outro problema de pele e ser adequadamente tratado. Por isso, quanto mais cedo se identifica o problema e procura ajuda, melhores são os resultados e a recuperação desse paciente. ”, afirma.

 

Maria do Socorro Alves, agente comunitária de saúde da UBS Irônia Aragão

 

Causas e sintomas

 

Hanseníase é uma doença causada pelo Mycobacterium leprae, que infecta nervos periféricos, causando incapacidade física através da perda da sensibilidade protetora e/ou deformidade visível em consequência de lesão neural. Portanto, é infectocontagiosa de caráter crônico, com manifestações dermatoneurológicas e alto poder incapacitante. 

 

A doença é mais comum em áreas onde a população vive em situações de vulnerabilidade socioeconômica e dificuldade de acesso aos serviços de saúde. Sua transmissão ocorre quando uma pessoa infectada sem tratamento elimina o bacilo para o meio exterior através da mucosa nasal e orofaringe, infectando outras pessoas suscetíveis por meio de contato próximo e prolongado. O período de incubação dura em média de dois a sete anos.

 

Os principais sinais e sintomas da Hanseníase São:

  • Manchas esbranquiçadas (que lembram “pano branco”) e/ou placas bem delimitadas, avermelhadas ou amarronzadas (que lembram “impinge”). Há alteração de sensibilidade nessas manchas e placas.
  • Caroços e inchaços pelo corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos.
  • Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e pernas.

 

Caso observe algum desses sintomas, o paciente deve procurar o posto de saúde mais próximo.

 

Fotos: Heitor Xavier