São Cristóvão realiza mutirão de combate ao Aedes aegypti no Dia D contra a dengue

02/03/2024 - 20:08 Atualizado há 2 dias



Neste sábado (02), São Cristóvão, assim como diversos municípios do país, aderiu à campanha nacional do Dia D de Combate à Dengue e realizou mutirões de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, nos territórios que apresentaram maior número de notificações pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). As ações aconteceram das 8h às 12h, contemplando o bairro Marcelo Déda, no grande Rosa Elze, e o loteamento Lauro Rocha, na sede municipal.

 

Entre as atividades comandadas pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE), foram realizadas visitas domiciliares, coleta de larvas, tratamento de recipientes d’água e mobilização da população com distribuição de panfletos. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) também construiu um plano de ação que engloba ações nos demais territórios do município, que serão promovidas nas próximas semanas.

 

 

A coordenadora da Vigilância Ambiental de São Cristóvão, Daniella Fraga, destaca a importância de trabalhar a união da comunidade na luta contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, o que deve ser um esforço coletivo.

 

“A dengue representa uma ameaça séria à saúde pública, e o engajamento de todos é essencial para prevenir a disseminação da doença. Ao participar desse momento de prevenção e combate, cada cidadão contribui para um ambiente mais saudável e protegido. Juntos, podemos eliminar criadouros, disseminar informações cruciais e fortalecer nossa barreira contra a dengue. A prevenção é a chave, e sua participação faz toda a diferença”, afirma a coordenadora.

 

Daniella Fraga, coordenadora da Vigilância Ambiental de São Cristóvão

 

O 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e o Levantamento de Índice Amostral (LIA) do Ministério da Saúde indicam que 75% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios. Esses criadouros se formam em água parada, em espaços como vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pneus, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos e outros). Por isso, abordar a comunidade nos domicílios é uma estratégia fundamental para erradicar focos de água parada.

 

 

Nelson Filho, supervisor geral de endemias, ressalta que, além da dengue, o mosquito em questão também é transmissor da Zica e Chikungunya. Levando isso em conta, convida a população para se unir contra os riscos de contrair essas doenças. 

 

“Ao longo do Dia D, estamos convocando a população para somar esforços junto ao poder público, com os ACE e a Secretaria da Saúde, para tentarmos baixar o índice de infestação desse vetor e, consequentemente, dos casos suspeito e positivos de Dengue, Chikungunya e Zika. Nós vamos realizar um trabalho de eliminação de criadouros, que é o tratamento dos reservatórios, a pesquisa por foco, encontrar larvas, fazer coleta, encaminhar para nosso laboratório e aí sim receber o resultado positivo ou não para o Aedes aegypti", explica.

 

Nelson Filho, supervisor geral de endemias

 

Durante a próxima semana, de terça a quinta-feira, ainda serão realizadas borrifações costais nos locais com maiores notificações de casos e focos de dengue. Esse tipo de borrifação é uma medida de bloqueio essencial, executada com a bomba costal motorizada sendo transportada nas costas do Agente de Combate às Endemias enquanto pulveriza o controle químico do Aedes aegypti. Esse método é considerado bastante eficaz, por eliminar o mosquito adulto e ser colocado em maior proximidade com os focos do transmissor.

 

 

A população atendida foi receptiva com o trabalho dos Agentes de Combate às Endemias, mostrando-se atenta e comprometida aos cuidados de prevenção às arboviroses. Uma das moradoras abordadas, Valdelice dos Santos, afirma que sempre tem cuidado com os recipientes em sua propriedade e nunca foi infectada pela dengue.

 

“Esse cuidado preventivo é muito bom para todas as pessoas. Cuidar da casa, limpar os tanques, não colocar as garrafinhas à toa, colocar areia nos vasos de plantas. Eu também cubro a lavanderia”, conta. 

 

Valdelice dos Santos, moradora do bairro Marcelo Déda, em São Cristóvão

 

Moradora antiga do bairro Marcelo Déda, Cintia dos Santos afirma sempre fazer a sua parte, e clama pela colaboração dos vizinhos, compreendendo a importância da coletividade para ter um combate eficaz ao vetor da dengue.

 

“Precisamos cuidar das nossas casas. Algumas pessoas não tem cuidado com seu quintal, joga copo, garrafa, não coloca o lixo para coleta. Isso vai criando foco. Eu cuido da minha casa e sei que isso não é só uma vez por ano, temos que cuidar todos os dias. Também é muito bom ter esse trabalho da prefeitura cuidando da nossa saúde, ver que tem alguém olhando por nós”, defende a moradora. 

 

Moradora Cintia dos Santos recebendo panfleto da ACE

 

A senhora Iolanda Almeida reafirma a necessidade de todos lutarem pela saúde coletiva, pois só assim a comunidade ficará realmente protegida: “Às vezes não gostam quando eu falo, dizem para eu cuidar da minha casa. Não é assim. Todos nós temos que lutar. Eu sou uma pessoa de 71 anos. Já vi dengue em 2006, mas nessa época eu era mais nova, tinha cinquenta e poucos anos. E agora? Então eu sempre digo: temos que estar sempre atentos para não criar focos de dengue e outras doenças”.

 

Iolanda Almeida, moradora de São Cristóvão

 

Caso a população observar possíveis focos de transmissão de dengue - como acúmulo de lixo, garrafas, copos, pneus, terrenos ou casas abandonadas e outros espaços de água parada -, é possível denunciar e notificar a Secretaria de Saúde, entrando em contato com a Ouvidoria da Saúde pelo telefone (79) 99898-7547, que também funciona como WhatsApp, ou pelo e-mail ouvidoria.saude@saucristovao.se.gov.br .

 

Equipe realizadora da ação de combate à dengue no Dia D

 

Fotos: Dani Santos