Oficina de turbantes promove reflexão sobre cultura negra na Galeria de Arte Vesta Viana

22/03/2024 - 13:18 Atualizado há 13 horas



Na tarde dessa quinta-feira (21), jovens negros da EMEF São Cristóvão participaram na Galeria de Arte Vesta Viana de uma oficina de turbantes, promovida pelo Centro de Promoção de Desenvolvimento Sustentável Ilê Ase Opô Osogunladê, em alusão ao Dia Internacional Contra a Discriminação Racial.

 

 

 

 

 

A iniciativa proporcionou um espaço de expressões e diálogos, onde os participantes puderam compartilhar seus sentimentos por meio de desenhos, poemas, música e conversa em roda. O evento visava promover uma reflexão sobre a cultura negra e seu significado na sociedade. Na oficina estavam presentem apenas jovens autodeclarados negros com o objetivo de ser um momento único e especial, e para que pudessem discutir abertamente questões relacionadas à sua identidade e cultura. 

 

 

 

 

 

Com a orientação de Raíssa Stefaní, responsável pela oficina, todos puderam explorar as histórias sobre os turbantes e, mais que isso, sobre os símbolos tradicionais da cultura afrodescendente. “Esse encontro foi para conversarmos não somente sobre o turbante em si, mas como é que essa cultura chegou em nosso país, como ela era, como se fortalece e interage. Além disso, tratar sobre como outras questões raciais nos atravessam, como a gente consegue se unir e se potencializar”. 

 

 

Raíssa Stefaní, responsável pela oficina 

 

 

Raíssa acredita que é um momento especial para todos, onde um consegue enxergar o outro, se ajudarem e se entenderem. “Acredito que a escola é a principal ferramenta de combate ao racismo, seja por meio de professores que estejam unidos de ferramentas dessa evolução social, seja como trazendo a potência para esses alunos de autoconhecimento, de empoderamento e de elevação da autoestima”. 

 

A professora de Arte da EMEF São Cristóvão, Fernanda Kolming, acompanhou 20 alunos das turmas do 8º e 9º ano. Para ela, o espaço e a oficina são fundamentais para a multiplicação de conhecimento. “Isso aqui é de fundamental importância, não só pelo conteúdo do turbante, algo que ainda é muito tido com um certo preconceito, mas para que esses jovens entendam a temática, se identifiquem e se empoderem. Muitos jovens negros não se reconhecem como negros, e através de momentos como esse, eles podem refletir sobre isso, entenderem mais sobre a cultura negra e refletir sobre o processo de reconhecimento”. 

 

 

Fernanda Kolming, professora de Arte da EMEF São Cristóvão

 

 

E reconhecimento foi uma das palavras destacadas pelo aluno Micael Santos. “A oficina é muito legal, é um espaço onde somos reconhecidos e podemos aprender ainda mais sobre nós mesmos, sobre a história, sobre a cultura negra. Estou me sentindo muito honrado de estar fazendo parte desse momento. Acho o turbante muito bonito, saber mais sobre sua história e aprender a fazer está sendo ótimo para mim”. 

 

 

Micael Santos

 

 

“Eu acho muito legal e importante termos espaços como esse, com pessoas compartilhando tanto saber para nós jovens, para termos mais conhecimento sobre nossa raça, nossa história, tratar sobre os nossos desafios diante de uma sociedade que ainda é muito racista. Sobre o turbante eu acho muito lindo, tinha curiosidade sobre seu uso, as formas que podem ser usadas, modelos e cores, enfim, está sendo ótimo!", adiciona a aluna Jeane Vitória.

 

 

Jeane Vitória






Fotos: Dani Santos