Multidão toma as ruas do Centro Histórico de São Cristóvão no domingo de carnaval

20/02/2023 - 16:43 Atualizado há 3 dias

A programação do Carnaval dos Carnavais chegou ao terceiro dia neste domingo (19). A festa reuniu milhares de foliões nas ruas do Centro Histórico e no palco da Praça da Matriz.

À tarde, ocorreram os tradicionais blocos “Morde Fronha”, “ A Mulekada”, e “A Porta”. À noite, a festa foi comandada pelas bandas “Desejo de Sambar” e “Eu tô Nessa”. Segundo o prefeito, Marcos Santana, o carnaval na cidade é uma parceria entre o povo de São Cristóvão e a Prefeitura.

“O terceiro dia de festa está sendo como a gente esperava, muita alegria. Essa é a característica do Carnaval de São Cristóvão. Quem faz a festa é o nosso povo e a prefeitura tem o papel de viabilizar isso. Depois de dois anos sem poder fazer o carnaval, a gente só agradece a Deus pela possibilidade de fazer uma festa como essa”.

Marcos Santana, prefeito

Nas ruas da Cidade Mãe de Sergipe o domingo de carnaval teve foliões de todas as idades, frevo, os tradicionais bonecos gigantes, exaltando pessoas importantes para a história e cultura do município e muita criatividade na elaboração das fantasias. Ana Claúdia Ramos Rodrigues é moradora do município e diz que não perde as festas de Carnaval de São Cristóvão. Sobre a fantasia, ela conta: "Eu mesma fiz minha fantasia, a tigresa rebelde”.

Ana Cláudia Rodrigues, moradora de São Cristóvão

A folia também é importante para a economia do município, atrai visitantes e é uma oportunidade para comerciantes de toda a cidade aumentarem seus ganhos, pessoas como o senhor Antônio Nascimento “Hoje é o primeiro dia que estamos comercializando aqui no Carnaval de São Cristóvão e a expectativa é boa. Espero vender bastante.”

Antônio Nascimento, comerciante

Bloco A Mulekada

Tradicional no carnaval da cidade, o bloco A Mulekada é composto por crianças e pais, que desfilam espalhando alegria pelas ruas do Centro histórico, como conta o organizador do bloco Flávio Teixeira: “ O bloco nesses dois anos se viu obrigado a parar como tudo parou durante a pandemia. No entanto, hoje retornamos com 200 crianças e muita alegria. Estamos há 21 anos fazendo parte do Carnaval de São Cristóvão. A prefeitura deu uma ajuda que foi muito importante para dar tudo certo”.

Flávio Teixeira, organizador do bloco

Bloco A Porta

Praça da Bandeira, Centro Histórico de São Cristóvão. Sirenes tocam, uma porta colorida,com várias alças é erguida por um grupo de pessoas. Em cima da porta está Alana Vargas, uma mulher trans, moradora do município, que veste uma fantasia imponente e recebeu a tarefa de estar à frente do bloco durante todo o percurso. O gesto simboliza o início do trajeto do Bloco A Porta, mas também representa a diversidade do carnaval da Cidade Mãe e uma manifestação contra o preconceito.

Alana Vargas, moradora de São Cristóvão

“Eu faço parte do bloco há 16 anos. A história do Bloco A Porta, com Alana Vargas, é de luta e resistência. O carnaval, que sempre foi conhecido por ser uma festa democrática, pra mim no começo não foi, porque havia uma rejeição à uma travesti à frente do bloco. Mas hoje vejo que valeu a pena tudo o que passamos para chegar até aqui”.

Sobre a fantasia ela explica que sempre confecciona as roupas que usa no carnaval, e a desse ano contou com a colaboração de um amigo para a produção. Alana ainda acrescenta: “ A ideia inicialmente não era usar essa fantasia mas, devido algumas coisas que aconteceram, eu decidi vir de branco, pedindo paz no nosso carnaval”.

A organizadora do bloco, Bárbara Pitanga, conta que a iniciativa surgiu de forma espontânea, há 18 anos. E explica o curioso motivo do nome do bloco. “A Porta já existe há 18 anos, reunindo o povo de São Cristóvão. O que motivou o nome são as fofoqueiras, que a gente observa nas ruas.” Pitanga também pontua os esforços feitos para a realização do bloco esse ano: “Estamos muito felizes. Tudo ocorreu da melhor forma. O apoio da Prefeitura em todos os momentos foi maravilhoso”, Ressaltou.

Bárbara Pitanga, organizadora do bloco

Com Alana a frente, o bloco seguiu pelas ruas do Centro Histórico, em direção a Praça da Matriz, reunindo uma multidão com gente de todas as idades, matando a saudade do Carnaval dos Carnavais. Foliões como a estudante Nathaly Reis. “Moro aqui no Centro Histórico e sempre estive presente nos blocos de carnaval. É muito bom estar aqui, com as pessoas novamente nas ruas”.

Náthaly Reis, estudante

Festa no palco da Praça da Matriz

No palco montado na Praça da Matriz os ritmos da festa foram o samba e o axé. Quem abriu a programação foi a banda Desejo de Sambar. A maioria dos integrantes da banda moram em São Cristóvão, no Conjunto Eduardo Gomes. Entre eles, os vocalistas, Ari Bahia e Two Love. “Foi muito gostoso. A energia do povo de São Cristóvão é massa. Depois de 15 anos eu estou voltando a tocar na nossa terra”,destacou Ari Bahia.

Ari Bahia e Two Love, vocalistas da banda

“Estava muito ansioso para chegar aqui em São Cristóvão e mostrar o swingue dessa galera. Quero agradecer ao prefeito, Marcos Santana, por priorizar sempre os artistas da terra”, concluiu Two Love.

Depois foi a vez da banda sergipana Eu Tô Nessa agitar os foliões. Celso Junior, vocalista da banda, conta que ele mora em Aracaju mas a maioria dos músicos são moradores do Conjunto Eduardo Gomes, em São Cristóvão. Ele relata a alegria de se apresentar no carnaval da Cidade Mãe de Sergipe: “É um momento mágico para qualquer ser humano. Passamos por uma fase tão difícil, que foi a pandemia e agora estamos aqui para fazer um som para essa praça cheia de gente. Que seja uma noite inesquecível”.

Celso Junior, vocalista da banda