II Seminário de Boas Práticas no SUS São Cristóvão discute a importância da Educação Permanente em Saúde e premia experiências exitosas

29/07/2023 - 00:47 Atualizado há 1 dia



“Qualidade”. “Equidade”. “Celeridade”. “Eficácia”. Após dinâmica humanizada com música e coro, foram esses tópicos que o público do II Seminário de Boas Práticas no SUS esperançaram ao iniciar o evento. O Seminário, realizado nesta sexta-feira (28) na didática VII da Universidade Federal de Sergipe (UFS), teve como tema “Construindo a Educação Permanente em Saúde a partir das Boas Práticas no SUS São Cristóvão” e contou com mais de 300 participantes inscritos para discutirem suas propostas de Educação Permanente.

 

O II Seminário de Boas Práticas do SUS é fruto da parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão e a UFS e teve como principal objetivo reunir propostas para a construção do Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde, coletivamente. Esse Plano tem o intuito de estabelecer um planejamento geral de todas as ações voltadas para a educação dos profissionais de saúde, por meio dos princípios da Educação Permanente, que inclui direcionamentos pedagógicos e administrativos na Gestão do SUS.

 

 

O evento foi aberto para todos os profissionais e estudantes de saúde no município, bem como para os usuários do SUS, que poderiam contribuir com seus relatos e experiências para a montagem democrática e equalitária do Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde.

 

Sayonara Carvalho, coordenadora de Educação em Saúde no município, esteve à frente do evento e defendeu a importância de fortalecer o SUS, pontuando que a grande procura pelo Seminário mostrou a necessidade de integrar trabalhador e universidade.

 

“Estivemos com todo pessoal acadêmico que participa dos estágios, residências e do PET no SUS São Cristóvão para debater a formação voltada para a saúde. Quero apenas dizer da nossa satisfação nesse momento, com a certeza que estamos colhendo alguns frutos nas nossas Boas Práticas”, destaca a coordenadora.

 

Sayonara Carvalho, coordenadora de Educação em Saúde de São Cristóvão

 

Para a Secretária Municipal de Saúde, Fernanda Santana, esse é um dia de mostrar resultados de experiências dos profissionais e estudantes que passam pela Secretaria e pelos serviços de saúde do município, que produzem e constroem um produto sobre sua prática. “Para nós isso é muito importante. Por isso ficamos tão felizes em trazer esse dia como um dia de reflexão e relação entre essa prática existente no cotidiano dos serviços, que é aquilo que nos fundamenta, o que trazemos de teoria”, afirma.

 

Fernanda Santana, Secretária Municipal de Saúde de São Cristóvão

 

 

Cerimônia de abertura

 

A mesa da cerimônia de abertura foi composta pela Secretária Municipal de Saúde, Fernanda Santana; o Secretário Municipal de Infraestrutura, Julio Júnior; o Vice-Reitor da UFS, Prof. Rosalvo Pereira dos Santos; a Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Gilvânia de Souza; a representante do Conselho do Secretários Municipais de Saúde, Daiane Oliveira; a Coordenadora de Educação Permanente da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe, Jalcira Izidro; a Coordenadora Geral de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde, Lívia Milena Melo; a Agente Comunitária de Saúde, Maria Hilda Silva; e pelo prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana.

 

 

Marcos Santana, reafirmou a importância de município e universidade trabalharem juntos, reforçando que a saúde e a educação são direitos a serem garantidos para os usuários sancristovenses.

 

“A alma do SUS está aqui. São os militantes do SUS. É por isso que investimos em educação permanente. Não adianta termos equipamentos bonitos se não tivermos a vontade, a gana, o conhecimento e a entrega que todos os trabalhadores da saúde de São Cristóvão fazem todos os dias, para que possamos cada vez mais cumprir nosso papel. O papel sublime de servir ao público”, afirma o prefeito.

 

Marcos Santana, prefeito de São Cristóvão

 

Em concordância, o Vice-Reitor Prof. Rosalvo Ferreira Santos ressaltou o encontro da educação e saúde como áreas essenciais promovidas pelo evento, além de marcar a importância da parceria entre a UFS e São Cristóvão.

 

“É um momento de troca de experiências, de encaminhamentos, definição exatamente com a participação com o Ministério da Saúde nas estratégias que os municípios devem adotar. Em particular no Nordeste, a questão da saúde tem um papel central na melhoria da qualidade de vida, os fóruns que a universidade propõe e os técnicos da saúde participam, alunos são formados a partir dessa integração. Então, esse é um momento de ao mesmo tempo resolver questões técnicas e apontar soluções para o futuro”, defende o Vice-Reitor. 

 

Vice-Reitor Prof. Rosalvo Ferreira Santos

 

Após as falas oficiais do dispositivo, foi o momento da Coordenadora Geral de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde, Lívia Milena Melo, fazer a palestra magna, dando início ao seminário. Em sua fala, Lívia compartilhou as estratégias que o Ministério utiliza para garantir o desenvolvimento da Educação Permanente, mostrando projetos e ferramentas a serem utilizadas pelo município.

 

Segundo ela, a Educação Permanente precisa ser entendida como algo que vem para fortalecer a Atenção à Saúde, sendo uma área fim, considerando que todo trabalhador e trabalhadora do SUS precisa se qualificar permanentemente. “Estar aqui na Universidade também é ver esse encontro entre a academia e o SUS, que é fundamental, porque é a partir desse encontro que esses estudantes se inspiram nas Boas Práticas e também vão se provocar para um trabalho interprofissional e um trabalho coerente com os princípios da universalidade, da integralidade, da equidade em saúde”, explica.

 

Lívia Milena Melo, Coordenadora Geral de Ações Estratégicas do Ministério da Saúde

 

Oficinas e discussões de propostas

 

Precedidas por um momento de relaxamento com atividade física e auriculoterapia, as oficinas do Seminário foram divididas em quatro eixos de discussão: Atenção à Saúde, Ensino Serviço, Vigilância em Saúde e Controle Social. Como os eixos de Atenção e Vigilância em saúde se dividiram em duas salas cada, foram seis grupos discutindo as propostas temáticas para construir o Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde.

 

Emilly Nardelli, Diretora de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde de São Cristóvão, foi uma das facilitadoras e explica que a ideia é que existam três seminários para consolidar e fortalecer a Educação Permanente e a Gestão de Trabalho na saúde do município.

 

“O primeiro seminário aconteceu em novembro do ano passado, que tinha como objetivo trazer informações para as pessoas sobre o que é Educação Permanente e como ela acontece nos espaços de trabalho. Esse segundo seminário aprofunda mais essa discussão e já começa a construir as propostas de cada área de trabalho, de cada área técnica, parte tão fundamental para a construção do Plano. Ainda há previsão de mais um seminário para que possamos compor também a discussão sobre gestão do trabalho”, conta.

 

Emilly Nardelli, Diretora de Gestão de Trabalho e Educação na Saúde de São Cristóvão

 

Neste seminário de Boas Práticas, foi a primeira vez em que o controle social foi parte importante da tomada de decisões, o que é essencial para a construção democrática dos espaços de discussão do Plano Municipal de Educação Permanente em Saúde.

 

Javier Martinez é conselheiro municipal de saúde e usuário do SUS São Cristóvão e pôde participar para indicar as necessidades da comunidade. Alinhado às Práticas Integrativas como Coordenador do setor cultural do Movimento Popular de Saúde (MOPS) em São Cristóvão, Javier acredita que a importância do controle social está em trazer as práticas conversadas na última Conferência de Saúde para integrá-las à discussão.

 

“Vamos tentar colocar essas demandas em prática, para que se consiga levar as práticas mais abrangentes possíveis à sociedade, para trazer muitas melhorias para as diferentes áreas da saúde”, espera Javier.

 

Javier Martinez, conselheiro municipal de saúde e usuário do SUS São Cristóvão

 

Marinalva da Silva Conceição - agente comunitária de saúde, técnica de enfermagem, mestra dos saberes e fazeres, fitoterapeuta, auricoloterapeuta e massoterapeuta - também participou como parte do controle social e mostra que em 30 anos de movimento social, seu objetivo é contribuir com seus conhecimentos e aprender com ideias de pessoas que não conhece.

 

“É uma troca de conhecimento. Nesse momento, estou muito feliz e com o desejo de que isso cresça cada vez mais, para que o SUS possa contribuir muito mais com as pessoas e que elas possam conhecer tudo isso que é proporcionado para todos nós. Porque muitas pessoas não conhecem, mas precisam conhecer e participar, porque é um evento maravilhoso e o SUS é maravilhoso para todos nós”, anima-se Marinalva.

 

Marinalva da Silva Conceição - agente comunitária de saúde, técnica de enfermagem, mestra dos saberes e fazeres, fitoterapeuta, auricoloterapeuta e massoterapeuta

 

Premiação e encerramento

 

Após o alinhamento das propostas, foi realizada a premiação das três primeiras experiências exitosas dos trabalhos submetidos pelos participantes do Seminário. Ao todo, foram 30 trabalhos inscritos, e, para serem premiados, passaram pelo crivo da banca julgadora 100% formada por acadêmicos da UFS. 

 

 

O 1º lugar foi dado a Larissa Karoline Alves, residente em Saúde da Família, com o trabalho intitulado “Nomeando o cuidado: a importância de incluir nome social e identidade de gênero aos instrumentos do cuidado farmacêutico".

 

Larissa acredita que o impacto de sua experiência para a comunidade se dá pela defesa do direito ao nome como fundamental: “Mesmo sendo um direito básico, um direito mínimo, parte das pessoas trans, de acordo com a literatura, não acessa os serviços de saúde porque tem seus próprios nomes desrespeitados. Então, reforçar com os profissionais que esse nome precisa estar incluso nas fichas é um dos passos para aumentar o acesso da população trans aos serviços de saúde, mas não é o único”.

 

Larissa Karoline Alves, residente em Saúde da Família

 

Já o 2º lugar foi dado a Rayanne Santos, residente em Epidemiologia Hospitalar, com o trabalho “Criando novos protagonistas: Programa de Saúde na Escola como ferramenta de combate às arboviroses no município de São Cristóvão/SE”.

 

Rayanne Santos vê a importância do seu trabalho na comunidade por meio da divulgação das informações que são feitas dentro dessa própria comunidade. “Eu acho que traz mais visibilidade. É uma coisa que muitas vezes pecamos e precisa ser feita de forma reiterada, valorizando os profissionais que tanto se empenham na ponta, tanto na gestão como na assistência, para prestar o melhor serviço possível para a comunidade”, reforça.

 

Rayanne Santos, residente em Epidemiologia Hospitalar

 

E o 3º lugar foi para  Joelia Ferreira, referência técnica em Tuberculose, Hanseníase e Toxoplasmose, com a experiência intitulada “Controle, detecção e combate ao estigma: Educação continuada para agentes comunitários de saúde sobre hanseníase no território de São Cristóvão/SE”.

 

Para Joelia Ferreira, ganhar o terceiro lugar entre as experiências exitosas foi muito gratificante, por ver que pôde proporcionar aos agentes comunitários de saúde essa educação continuada, para que eles promovam os conhecimentos nos cuidados com a comunidade. “Do momento que fiz a capacitação até agora eu percebo que houve uma melhora significativa no acompanhamento”, comemora.



Joelia Ferreira, referência técnica em Tuberculose, Hanseníase e Toxoplasmose

 

 

Presenças

 

Estiveram presentes no dispositivo de encerramento o prefeito Marcos Santana, o deputado estadual Paulo Júnior, o Secretário Municipal de Infraestrutura Julio Júnior, os vereadores Edvaldinho Cabeleireiro, Marcos Lázaro e Irmão Gibson, e a Secretária Municipal de Saúde Fernanda Santana.

 

Fotos: Heitor Xavier e Clara Dias