38ª Edição do Fasc encanta e valoriza artistas de Sergipe, lotando espaços e celebrando a pluralidade cultural

03/12/2023 - 00:33 Atualizado há 2 dias



São Cristóvão, cidade berço de talentos e tradições culturais, viu seu cenário artístico ser enaltecido pelo Fasc, uma celebração anual que destaca a diversidade e a potência dos artistas, especialmente os talentos locais. A 38ª edição não faria diferente, mantendo-se firme no seu compromisso em valorizar e impulsionar os talentos Sergipanos. Os artistas locais não apenas tem ocupado os espaços, mas também demonstraram potência e diversidade, superando expectativas em diversos segmentos artísticos apresentados. 

 

Entre esses artistas, Julico, músico sancristovense e vocalista da The Baggios, destaca-se não apenas por sua contribuição musical, mas também por sua visão sobre a importância do Fasc como um evento democrático e vital para a cena cultural.

 

Julico, vocalista da banda The Baggios

 

"O Fasc é crucial por ser um meio democrático de promover a cultura, pois vemos artistas independentes e talentos locais buscando seu espaço. É incrível ver artistas como Camila Cristyne, também sancristovense, Saulinho do samba, representando em seu segmentos e outros que apresentam estilos diversos. Espero que meu trabalho solo também encontre espaço aqui, já que acabei de lançar dois álbuns, cada um representando uma viagem única. Todo artista que participa percebe a importância do Fasc e a riqueza do público, sedento por consumir música. É simplesmente incrível”, afirmou. 

 

Julico, vocalista da banda The Baggios

 

Para os artistas veteranos, o Fasc tornou-se um palco familiar, onde a cada ano eles elevam sua performance e encantam o público com novidades. Mas são os estreantes que se inebriam com a energia contagiante do evento e da plateia que tem lotado todos os espaços dedicados à música, dança, teatro e literatura.

 

Stella Carvalho, poeta que por muitos anos morou no Bairro Rosa Maria, participou ativamente da mesa "Construindo espaços de resistência na literatura brasileira LGBTQIAPN+", no Salão Literário do Poeta Manoel Ferreira. "Para mim é muito gratificante, porque São Cristóvão sempre me acolheu com muito amor e com toda essa efervescência cultural e artística que a cidade reverbera. Então, voltar aqui no maior festival de artes do estado para não só fazer parte da programação, mas celebrar esses artistas locais, nacionais, internacionais que fazem parte da programação pra mim é muito gratificante, eu fico honrada e muito feliz", destaca a poeta.

 

Stella Carvalho, poeta

 

 

A cantora Pérola, natural de São Cristóvão, expressou a importância de representar a cidade. Ela destacou a relevância cultural e pessoal de sua participação no evento, enfatizando a significância de trazer visibilidade para a comunidade LGBTQIAPN+. "É realmente emocionante para mim estar aqui como filha desta cidade, representando a comunidade LGBT, especialmente como uma travesti preta e periférica. A importância dessa representação vai além, pois significa abrir espaço para outras histórias semelhantes à minha. Acredito que, ao subir no palco hoje, estou contribuindo para uma nova narrativa cultural para a minha cidade natal. É um privilégio e uma responsabilidade que abraço com alegria”, pontuou. 

 

Pérola, cantora

 

Elis Correia, coordenadora do Grupo de Empoderamento Feminino Maracatu Baque Mulher, destacou a relevância do festival em valorizar os talentos locais. "A cidade de São Cristóvão, conhecida como a 'Cidade Mãe de Sergipe', verdadeiramente honra esse título ao atrair talentos locais, especialmente artistas do município. O evento destaca e valoriza a diversidade destes artistas, incluindo mulheres, homens, crianças, adultos e idosos. Através do Festival de Artes, São Cristóvão desempenha um papel crucial não apenas na promoção da riqueza cultural, mas também na restauração da nossa crença na cultura e no empoderamento de grupos”, enfatizou. 

 

Elis Correia, coordenadora do Maracatu Baque Mulher

 

Resumindo, a 38ª edição do Fasc não apenas encheu de arte os espaços de São Cristóvão, mas também reafirmou seu compromisso em ser um catalisador da cultura sergipana. Com a participação entusiasmada dos veteranos, a expectativa dos estreantes e a diversidade de expressões artísticas, o festival se consolida como um símbolo da riqueza cultural do estado, mostrando ao público a essência e a vitalidade artística que pulsam em Sergipe.

 

Realização

O Festival de Artes de São Cristóvão é uma realização da Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe Água (Fumctur), e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura. O patrocínio fica por conta da Maratá, Orizon, Banco do Nordeste, Ecoparque Sergipe, Coca Cola,  Estrella Galicia e Caixa Econômica Federal. Além disso, tem o apoio da RR Conect, Vitória Transportes, SE -  Sistema Engenharia, Colortex, Proex/UFS, Celi e Governo de Sergipe. O evento também possui habilitação pela Lei Rouanet, uma Lei Federal de Incentivo à Cultura que concede isenção às empresas que patrocinam eventos culturais.

 

Programação 

 

03/12 - Domingo

 

Palco João Bebe Água

 

20h - Joésia Ramos

22h - Zeca Baleiro

00h - Groundation

02h - Nona

Palco Frei Santa Cecília

 

18h - Camilla Cristyne

20h - Raquel Diniz canta Rita Lee

22h - Vandal

00h - Battukada

 

Palco Capuchinhos

 

15h - Oito Cotovelos

16h30 - Ferraro Trio

18h - Morgana


Samba na Bica

 

11h - Saulinho

12h30 - Cajurioca Samba Clube

14h - Mania de Ser

 

Palco Mestre Neca

 

14h - Maracatu Asé D'Ori

15h - Samba de Coco da Ilha Grande

16h - Quadrilha Meu Xodó

 

Cine Trianon

 

14h - Cine Trianon convida Dia Internacional do Cinema 2023

Sessão nacional

15h - Sessão Sergipe

16h - Sessão Sergipe

 

Salão de Artes Vesta Viana

 

Rodas de conversas:

 

14h - “Arte Urbana e Múltiplos olhares”

16h - “Arte Afrobrasileira Contemporânea”

 

EXPOSIÇÃO PERMANENTE: Nivaldo Oliveira, Sônia Mellone, Luan Dias, Letícia Galvão, Helen Sabrina, Isadora Silva Souza e Silva, Matheus Augustinho, Canijan, Livreamar, Ana Marinho, Alma Rô, Marisérgia, Marjorie Garrido, Fernando Marinho e Helena Barbosa.

 

Música na Igreja

 

14h - Pedrinho Mendonça - Aweto

16h - Show Piçarra - Alberto Silveira

 

Salão de Literatura Manoel Ferreira

 

14h - “Processo da escrita criativa - Da ideia ao texto literário”

14h - "Reconstruindo Pontes - por uma perspectiva de gênero"

15h30 - “Contação de história infantil”

16h - Oficina - Uma vida de mão dupla: Crítica como ficção e vice-versa

17h30 - Intervenção poética “Tirem a poesia do isolamento!”

 

Palco Mariano Antônio

 

15h - Letícia Aranha - "Rominho e Marieta"

16h30 - Mariah da Penha - "Um Dia de Madame"

18h - Um quê de Negritude - "ESIN - Onde a Fé Ensina a Amar"

19h30 - Espaço Formas Escola de Dança - "A Arte de se Disfarçar"

 

Fotos: Carla Mesquita, Heitor Xavier, Daniel Oliveira, Clara Dias