Foram notificados 10 casos positivos de Febre Oropouche no município de São Cristóvão, sendo 08 no povoado Pedreiras e 02 na Ilha Grande. Este resultado foi levantado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). A partir dessa constatação, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem realizando ações efetivas de bloqueio nas localidades.

De acordo com Daniella Fraga, coordenadora de Vigilância Ambiental, após a identificação dos casos, iniciou-se as visitas diárias realizadas pelos Agentes de Combate a Endemias (ACE) e Agentes Comunitários de Saúde (ACS). “Essas ações de controle ambiental e vetorial estão sendo desenvolvidas e registradas por esses agentes, visando minimizar o risco de agravos à saúde da população e permitir o planejamento das equipes de saúde para efetivar a vigilância dos fatores de risco ambientais e sanitários, sobretudo no contexto das doenças relacionadas às arboviroses”.

As ações se baseiam na investigação do LPI (Local Provável de Infecção). Nas localidades já definidas, foram realizados exames laboratoriais complementares em sete familiares, além de reuniões com a equipe de saúde na USF Maria Alice Freire. Também foram promovidas ações educativas, com orientações sobre controle ambiental e vetorial. Quanto aos imóveis com focos do mosquito Aedes aegypti, foram identificados e tratados.

As equipes também realizam ações mecânicas, removendo os focos dos mosquitos de forma manual. Em locais com focos do mosquito, é feito o tratamento focal, utilizando produtos químicos (larvicida ou adulticida), além de borrifação costal.

A coordenadora de Vigilância Ambiental destacou a preocupação com as gestantes: “Nossa maior preocupação é com as gestantes, pois a Febre Oropouche vem causando problemas mais sérios. Já tivemos casos no Brasil associados a abortos e infecção vetorial. Por isso, iniciamos ações informativas e educativas durante as consultas mensais com esse público, além da distribuição de repelentes”.

Cuidados contra a Febre Oropouche

A transmissão da Febre Oropouche é feita principalmente pelo inseto conhecido como Culicoides paraensis (maruim). Após picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando ele pica outra pessoa saudável, pode ocorrer a transmissão. Não existe tratamento específico; os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico.

Os sintomas são parecidos com os da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. É importante consultar a unidade de saúde mais próxima para orientação profissional sobre as diferenças clínicas e cuidados adequados com a doença.

Uma medida preventiva que estamos intensificando é a limpeza dos terrenos e criadouros, principalmente em locais com bananeiras, pois é onde o mosquito transmissor deposita seus ovos, no substrato das árvores. Ou seja, a limpeza é fundamental, além do uso de repelente por gestantes e roupas compridas durante a manhã e no final da tarde.

Segundo Daniella Fraga, todas as UBS do município estão aptas a receber a população com sintomas. “Já entramos em contato com todas as UBS, e todas as equipes estão capacitadas para realizar os exames, que incluem a coleta de sangue. Encaminhamos as amostras para o Lacen, onde são feitos exames para dengue, zika, chikungunya, febre mayaro e febre oropouche”.

População e seus cuidados

As principais medidas preventivas são a intensificação dos cuidados com a limpeza de terrenos e criadouros, especialmente em áreas com bananeiras, onde o mosquito deposita seus ovos nos substratos das árvores.

Além disso, é fundamental evitar contato com áreas de ocorrência do mosquito e/ou minimizar a exposição às picadas dos vetores. Deve-se usar roupas que cubram a maior parte do corpo, aplicar repelente nas áreas expostas da pele, recolher folhas e frutos que caem no solo e utilizar telas de malha fina em portas e janelas.

Fotos: Dani Santos