Servidores da Prefeitura realizam visita aos principais arquivos públicos do estado

19/01/2022 - 18:23 Atualizado há 1 dia



A Prefeitura de São Cristóvão, através da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplog), promoveu nesta quarta-feira (19) uma visita técnica dos profissionais do Arquivo Público Municipal aos arquivos públicos considerados referência para além do estado de Sergipe. A visita iniciou no período da manhã no Arquivo Judiciário de Sergipe e se estendeu ao período da tarde no Arquivo Público do Estado de Sergipe (APES) e no Memorial do Poder Judiciário.

 

 

O diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão e presidente da Confraria Sancristovense de História e Memória, Adailton Andrade, conta que “pelo fato do gestor da cidade ser um entusiasta da memória, não hesitamos em aceitar o convite do desembargador Edson Ulisses, que nos convidou para virmos até aqui aprender mais. Vamos aplicar esse conhecimento para que o nosso arquivo vá além da função de depósito e cumpra com o seu real papel, que é o de informar e socializar o conhecimento da nossa história”, afirma.

 

 

Adailton Andrade, diretor do Arquivo Público Municipal de São Cristóvão e presidente da Confraria Sancristovense de História e Memória

 

 

O diretor salienta ainda que São Cristóvão vem juntando uma gama de documentos importantes sobre os 432 anos da cidade, que inclusive desmistifica algumas histórias errôneas que foram disseminadas na cidade, como a “vida ébria” de um dos filhos ilustres, o ex-vereador João Nepomuceno Gomes, conhecido como João Bebe Água, que no século XIX  lutou bravamente  para manter o município como capital de Sergipe.

 

 

Servidores observando o quadro com detalhes do acervo geral do judiciário

 

 

Divisão de arquivo permanente do judiciário, ou seja, documentos com valor histórico

 

 

“O arquivo local ainda conta com documentos que revelam a história das fábricas de tecido que movimentaram a economia local, a trajetória do Festival de Arte de São Cristóvão (Fasc), na década de 70, fotos e documentos do início da república, da chegada da santa Dulce à cidade, no ano de 1933, os quase 300 anos de tradição da romaria de Senhor dos Passos, a chegada da ferrovia que completou 100 anos em São Cristóvão, dentre outros fatos relevantes", detalha o diretor.

 

 

A diretora do Arquivo Judiciário de Sergipe, Mônica Andrade, recebeu a equipe de São Cristóvão e apresentou detalhadamente a estrutura do local, parte do acervo e discorreu sobre a maneira correta de guardar, restaurar, conservar ou descartar esses registros, dependendo da temporalidade e do valor histórico do documento. “Para chegar a esse nível de estrutura não é um processo rápido, demanda muito tempo, uma vez que o arquivo judiciário tem mais de 30 anos”, pontua.

 

 

Mônica Andrade, diretora do Arquivo Judiciário de Sergipe

 

Ela ainda acrescentou que “poucas pessoas têm esse interesse em tratar o arquivo como deve ser tratado, por acharem que a história não precisa ser preservada. É louvável uma gestão que valoriza a memória, que pretende fazer a população conhecedora da história da cidade. A administração municipal está de parabéns, por não tratar o arquivo como depósito, pois ali está a história do município. Um gestor com essa visão, preserva a cultura da cidade e por isso estamos disponíveis para ajudar” informa.

 

 

 

A impressão dos visitantes

 

 

O Arquivo Público Municipal pela primeira vez conta com o trabalho de estagiários do curso de biblioteconomia da Universidade Federal de Sergipe, como Mirele da Costa Souza, que não hesitou em tirar as dúvidas acerca do padrão utilizado, sobretudo a respeito da temporalidade dos documentos, para o descarte. “A prefeitura de São Cristóvão me trouxe essa oportunidade, de pela primeira vez conhecer um arquivo desse porte que só vem agregar ao meu futuro como profissional da área”, explica.

 

 

Mirele da Costa Souza, estagiária de biblioteconomia

 

 

Há 13 anos como funcionário do arquivo do município, Sandro dos Santos Lima, executor de serviços básicos, disse que aprendeu muito com a visita e que está feliz por trabalhar em um setor que não funciona mais como depósito. “Tanto a gestão quanto a direção atual tem nos ajudado muito a ir além do trabalho mecanizado, como essa visita, por exemplo. Temos a oportunidade de conhecer técnicas que nunca ouvimos falar e podemos multiplicar isso. Inclusive temos a colaboração das outras secretarias, que tem facilitado muito o nosso trabalho”, detalha.

 

Sandro dos Santos Lima, executor de serviços básicos

 

Arquivo organizado de acordo com padrão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Diretora apresentando o arquivo digitalizado

 

Fotos: Heitor Xavier