Semas promove palestra para alunos do Gina Franco sobre a descolonização do dia 13 de maio

12/05/2023 - 16:53 Atualizado há 1 dia



A Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) promoveu nesta sexta-feira (12), na EMEF Gina Franco, a palestra “Descolonizar a data 13 de maio de 1988”. O conteúdo foi ministrado pelo Professor de história Edvaldo Alves e teve como público-alvo das séries finais do Ensino Fundamental, que tiveram a oportunidade de refletir sobre a verdadeira história da abolição da escravidão no Brasil.

 

O dia 13 de maio de 1888 foi considerado por muitos anos como o dia da liberdade dos povos escravizados no país, quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. No entanto, a palestra levou aos alunos a história contada através de outro viés, destacando a importância dos abolicionistas negros brasileiros, sobretudo sergipanos, no desfecho da “libertação”. Durante a palestra, o professor apresentou o tema através de uma abordagem didática e lúdica, tanto que na ocasião os alunos conheceram a música do compositor brasileiro Lazzo Matumbi, que retrata o sentimento de um ex-escravizado no dia 14 de maio de 1988.

 

 

O professor ainda ressaltou que a assinatura da Lei Áurea não foi o suficiente para acabar com a opressão e o racismo ainda vivenciados pelos negros. “É importante entendermos que a libertação dos negros no dia 13 de maio de 1888, não aconteceu de forma plena, pois a luta pelo reconhecimento da sua cidadania continuou nos dias seguintes a abolição. Para compreender os significados dessa data, é importante entendermos o que os libertos têm a nos dizer sobre a data, a fim de combater uma herança maldita deste período, que se chama racismo”, destacou o professor.”, destacou o professor.

 

Edvaldo Alves, professor de história

 

Para a gestora escolar Nadja Ivone, “esta abordagem para os jovens do município é apenas um dos muitos passos necessários para que a educação no Brasil seja uma ferramenta efetiva de combate ao racismo e à desigualdade social, promovendo a valorização da cultura negra.  Que estes alunos, já imersos nessa conscientização, sejam multiplicadores dessa luta antirracista. Chega de escravidão, chega de racismo em nossa sociedade”, desabafou.

 

Nadja Ivone, gestora escolar

 

Carlos Eduardo Vieira é um dos alunos que assistiu à palestra. Segundo o estudante de 14 anos, o tema apresentado foi de suma importância, “porque mostrou a história com base na realidade e não a versão contada pelos colonizadores. Todo esse conteúdo foi transmitido de uma maneira que me deixou muito pensativo e, com certeza, vai nos ajudar a refletir e jamais reproduzir o racismo que ainda existe tão forte no Brasil”, disse. 

 

Carlos Eduardo Vieira, estudante

 

Ana Caroline Trindade, diretora de direitos umanos da SEMAS, reforçou que a Lei Áurea só foi assinada a partir dos movimentos abolicionistas e o dia 13 de maio “se trata de uma data que significou a anistia do tráfico de pessoas. Mas o que aconteceu com a população negra no dia 14 de maio? Foram desapropriados, não tinham terra e não tinham dinheiro. Totalmente diferente de como os imigrantes europeus vieram, com terras prometidas e salário. Portanto, descolonizar o 13 de maio para esses adolescentes é apresentar fatos históricos, por isso o professor Evaldo foi convidado e escolhemos o Gina Franco porque nós sabemos o volume de jovens que se concentra nesta escola”, explicou.

 

Ana Caroline Trindade, diretora de direitos umanos da SEMAS

 

Fotos: Dani Santos