A secretaria de Saúde de São Cristóvão deu início a um cronograma de ações de capacitação sobre a hanseníase com profissionais de saúde da rede do município, como enfermeiros(as), médicos(as), e odontólogos(as). Segundo Beatriz Costa, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de São Cristóvão, a hanseníase é uma doença com poder de incapacitar os pacientes se não forem diagnosticados em tempo oportuno.

“Pensando em qualificar o manejo clínico dos nossos profissionais, organizamos essa atividade de educação permanente, incluindo também a parte prática do exame dermatoneurológico que deve se realizado nas consultas pela equipe de saúde da família”, explica Beatriz.

Beatriz Costa, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de São Cristóvão

Ainda segundo a coordenadora, o objetivo da atividade é “qualificar a identificação dos casos de maneira mais precoce, visando instituir o tratamento e minimizar as possibilidades do paciente diagnosticado com hanseníase evoluir com sequelas e grau elevado de incapacidade física”.

Para a enfermeira residente em saúde da família, Tatiana Meneses, o cuidado do paciente com hanseníase é muito complexo, então esses momentos de rememorização são muito importantes para os profissionais. “Durante a capacitação apresentamos documentos que serão instituídos como o cartão de acompanhamento da saúde, que é uma maneira de qualificar o cuidado e trazer o paciente para perto da equipe, promover o vínculo entre eles. Pensar e construir junto à gestão momentos de educação permanente em saúde como os profissionais da assistência que visam a melhoria e qualidade do serviço ofertado no município são de grande valia”, enfatiza ela.

Enfermeira residente em saúde da família, Tatiana Meneses

Diagnóstico e tratamento da hanseníase

 

A hanseníase é uma doença infectocontagiosa conhecida e bastante antiga, que está presente, por exemplo, em trechos da bíblia, conhecida como lepra. Seu tratamento é 100% ofertado pelo SUS de forma gratuita e todo o acompanhamento pode ser realizado nas unidades de saúde de São Cristóvão.

O diagnóstico da hanseníase pode ser feito durante a consulta, por médico(a) ou enfermeiro(a), mediante uma avaliação clínica e exame dermatoneurológico, que identifica a doença sem necessidade de exame laboratorial.

“É importante ressaltar que caso o usuário perceba qualquer mancha com diminuição de sensibilidade, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde para ser avaliado através desse exame. O diagnóstico da hanseníase é majoritariamente clínico e pode ser realizado na unidade de saúde do território. Precisamos disseminar a informação de que a hanseníase é uma doença que tem cura e todo o acompanhamento pode ser realizado pelas nossas equipes”, reforça a coordenadora Beatriz Costa.

Em caso de qualquer dúvida, suspeita ou se teve contato com alguém que tem hanseníase, o usuário deve procurar a UBS mais próxima de casa para ter sua avaliação clínica realizada, e, estando com a doença, iniciar o tratamento o mais breve possível. O tratamento é realizado através de antibióticos e do acompanhamento dos profissionais das Unidades Básicas de Saúde, podendo durar de 6 a 12 meses.

 

 

Fotos: Heitor Xavier