Prefeitura promove palestra sobre a importância da acessibilidade nas ruas da cidade

14/01/2022 - 18:28 Atualizado há 19 horas



Acessibilidade e mobilidade urbana são temas urgentes na sociedade, pois estão diretamente atrelados à cidadania, inclusão, segurança e autonomia de pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Partindo da necessidade de adaptar as vias públicas e viabilizar o acesso de todos, a Prefeitura de São Cristóvão, através da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfa), reuniu nesta manhã (14), profissionais de diversas áreas para discutirem o tema: “Acessibilidade no sítio histórico de São Cristóvão, Sergipe: Caminhos Possíveis”.

 

Estiveram presentes no evento, além de grande parte dos colaboradores da Seminfra, profissionais das áreas de arquitetura, engenharia, turismo, história, dentre outros, cada um representando as diversas secretarias, inclusive o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan-SE). Todos ouviram atentamente a abordagem da arquiteta convidada, Larissa Scarano e participaram de uma vivência externa com tampão nos olhos, cadeira de rodas, bengalas, com objetivo de compreender os desafios enfrentados diariamente por pessoas com deficiência ou com pouca mobilidade.

Profissionais das diversas áreas atentos à palesta "Acessibilidade no sítio histórico de São Cristóvão, Sergipe: Caminhos Possíveis"

 

Durante a palestra, Larissa Scarano mencionou que não houve um planejamento para a criação de cidades como São Cristóvão e que assuntos como acessibilidade não eram cogitados na época. “Trata-se de uma preocupação atual, pois no passado o comum era a exclusão dessas pessoas. Hoje existem leis, normas, pesquisas, que precisam sair do campo das teorias e da subjetividade, pois, independente dos obstáculos, a solução é possível, através dos diálogos e da atuação de diversos agentes, sem descaracterizar o que é patrimônio, o que tem valor histórico”, enfatiza.

 

Larissa Scarano, arquiteta e urbanista convidada para ministrar palestra sobre acessibilidade

 

O secretário da Seminfra, Júlio Júnior, disse que o momento foi oportuno para levar conhecimento, sensibilizar os profissionais e criar soluções que deverão ser postas em prática, para o benefício dos visitantes, sobretudo dos moradores da cidade. “O prefeito trouxe esse conhecimento e essa inspiração da última viagem feita a trabalho e nos demandou essa tarefa. O plano é acatar os ensinamentos adquiridos na palestra e criar estratégias que viabilizem a criação de uma rota acessível em São Cristóvão”, explica.

Júlio Júnior, secretário da Seminfra

 

Diálogo com as diversas áreas

 

A moradora da cidade e historiadora do Iphan, Flávia Klausing Gervásio, reforça a importância da participação de todos na preservação do conjunto urbano e afirma que “tal preservação envolve, principalmente, o respeito aos moradores. Então o Iphan não está aqui apenas para negar as alterações nestes espaços, mas para assessorar e promover a acessibilidade de forma ampla e para isso é preciso a atuação não só do Iphan, mas de toda a população junto com a união de vários os órgãos”, pontua.

Flávia Klausing Gervásio, historiadora do Iphan

 

A arquiteta da Seminfra, Anna Paula Matos Silva, destaca que este ano o foco é intensificar o diálogo entre profissionais dos diversos setores, como os arquitetos da Seminfra, os arquitetos da saúde, engenheiros de outras áreas, profissionais do Iphan, historiadores e a população. “Sabemos o tamanho do desafio que é para implantar a acessibilidade no Centro Histórico, por isso a palestra foi de suma importância, para que possamos visualizar todas as soluções de forma clara e que elas se tornem realmente efetivas”, afirma.

 

Anna Paula Matos Silva, arquiteta de Seminfra

 

Gabriella Pereira é engenheira e foi uma das convidadas de outra secretaria para participar da palestra. Como representante da área da saúde, a engenheira diz que “a acessibilidade é um tema que vai além da arquitetura e engenharia, é algo que trata de cidadania, de sociedade e na palestra vimos que não é algo impossível de ser realizado. Basta que nos coloquemos no lugar do outro, para que tenhamos essa pressa de agir e de buscar as soluções com mais eficácia” destaca.

 

Gabriella Santos Pereira, engenheira da SMS

 

Rampas de acessibilidade na Praça da Matriz

 

Profissionais vivenciando os desafios da pessoa com deficiência ou pouca mobilidade

 

 

 

Fotos: Dani Santos