Prefeitura de São Cristóvão realiza plantio de mudas em casa de religião de Matriz Africana

23/06/2021 - 12:30 Atualizado há 4 horas



Em continuidade às ações que buscam tornar São Cristóvão uma cidade mais verde, a Prefeitura Municipal realizou na manhã desta terça-feira (22), mais um plantio de mudas no município. A ação ocorreu em parceria com a Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e o Movimento Nacional Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo realizada na casa de religião de Matriz Africana Ilé Àse Òpó Osogunlade. Ao todo foram disponibilizadas 150 mudas de plantas nativas da região.

 

De acordo com a coordenadora de captação de recursos da Fundação Municipal de Cultura e Turismo João Bebe-Água (Fumctur) e coordenadora estadual do Movimento ODS, Sandra Sena, a Prefeitura realizou a mediação entre as organizações para que a iniciativa pudesse ser realizada. “Nós recebemos uma demanda dessa casa através da Deso e, então, nós conectamos todos os entes envolvidos nessa ação com o objetivo de humanizar as casas de religião de matriz africana. O principal aspecto dessa ação é manter viva essa cultura, contribuindo para que eles preservem essa mata, porque ela é necessária para toda a população de São Cristóvão”, explica.

 

Após esse processo de humanização, segundo a coordenadora, a ideia é que algumas casas de São Cristóvão tornem-se espaços de visitação, entrando no roteiro turístico religioso do município.

 

 

Participando da ação, o secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de São Cristóvão, Edmilson Brito falou sobre a importância da ação e enfatizou que o município está à disposição no que diz respeito a orientações sobre o manejo das mudas. “Dentro da política do ‘São Cristóvão Verde’ nós estamos sempre apoiando iniciativas que visam reflorestar nosso município. Deixamos aqui a mensagem de que estamos à disposição para tirar qualquer dúvida técnica sobre preservação e cultivo das plantas aqui nesse espaço”, detalha o secretário.

 

Secretário de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca de São Cristóvão, Edmilson Brito

 

200 mil mudas

 

As 150 mudas doadas nesta ação fazem parte do Projeto "Deso + Verde", implantado em 2019 e que prevê a distribuição de 200 mil mudas ao longo de quatro anos. Segundo o coordenador de educação ambiental, José Jorge Silva, até o momento já foram entregues 80 mil e, neste momento, a instituição está realizando a distribuição para as comunidades tradicionais. “Estão sendo beneficiadas  as religiões de matriz africana, quilombolas, ribeirinhos e indígenas. A Deso quer proporcionar algo que fique como legado”, enfatizou o coordenador.

 

Também apoiando a iniciativa, o vereador de São Cristóvão e presidente da Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe, Marcus Lázaro, destacou a importância da ação. “A ideia é que haja o desenvolvimento sustentável para que a gente possa contribuir com o meio ambiente. Como vereador irei fazer algumas indicações sobre o uso sustentável, utilização de produtos orgânicos e biodegradáveis para que não haja problemas com a natureza”, comenta.

 

 

Natureza sagrada

 

Para as religiões de matriz africana, a natureza é vista como sagrada, como explica o babalaxé da casa Ilé Àse Òpó Osogunlade, Reginaldo Daniel Flores (Ogun Torikpê). “Para nós, a natureza é a essência suprema, sem ela não teremos o que chamamos de vida. Uma vida sólida, plantada na saúde, bem estar. A natureza é para garantir o bem estar coletivo”, declara.

 

Ele detalha que o local onde está situada a casa de matriz africana é uma área de preservação ambiental e, para ajudar no processo de reflorestamento do espaço, é fundamental que existam parcerias como as que foram firmadas com a Prefeitura, Deso, Movimento ODS e outras organizações. Segundo ele, essas instituições também podem colaborar em outros âmbitos.

 

“É importante que essas instituições se permitam dialogar, assim como nós nos permitimos, porque ao trazer benefícios para essa comunidade, elas estarão ampliando o poderio delas de assistência pública para qual elas foram criadas. Somos todos cidadãos e aqui cidadania é defendida com muito orgulho, pois se não temos cidadania, como podemos defender o caráter humano? A nossa referência é a humanidade, por isso que buscamos manter as árvores, estamos antenados aos movimentos de saúde e discutindo como podemos estar trocando informações sobre todas as questões sociais que permitam que a gente tenha uma qualidade de vida não só aqui dentro como também do lado de fora”, acrescenta o babalaxé.

 

Babalaxé Reginaldo Daniel Flores

 

Fotos: Diretoria de Comunicação