Prefeitura de São Cristóvão promoveu no sábado (21) primeira edição do Hip Hop em Cena

23/05/2022 - 15:15 Atualizado há 1 semana



O bairro Rosa Elze contou com a primeira edição do Hip Hop em Cena, que aconteceu neste sábado (21) e uniu rodas de conversa e apresentações de artistas sancritovenses do breakdance e do rap em um encontro que celebrou a cultura hip-hop. O evento realizado pela Fundação Municipal de Cultura e Turismo (Fumctur) contou com uma roda de conversa inicial sobre a cultura hip-hop, na qual o público pôde conhecer mais sobre o movimento.

 

Essa é uma troca de ideas sobre a cultura hip-hop e o Coletivo Bueiro acredita muito que muitos que estão aqui conhecem ou fazem parte da cultura ou do movimento que tem como ideal a luta por direitos das pessoas negras e periféricas. Por isso é de extrema importância que que esse movimento chegue na juventude”, afirmou Manu Caiane  co-idealizadora do Coletivo Bueiro e produtora cultural.

 

 

Roda de conversa com Coletivo Bueiro e oficineiros do evento

 

 

“Hip-hop não é meio para atrair conhecimento, hip-hop é o conhecimento. A gente produz conhecimento o tempo todo em todas as nossas linguagens. No hip-hop a gente liberta nossa linguagem através da rima, com a palavra, através do break com o corpo, através do Dj com o som, através da imagem com o graffiti e com o pixo”, afirmou Stella Carvalho, artista e responsável pela oficina de rimas.

 

 

Stella Carvalho (esq.)

 

O evento aconteceu no pátio da escola Armindo Guaraná durante o final de tarde e início da noite e após a roda de conversa o Hip-Hop em Cena apresentou o grupo de dança Embrazados Crew, que tem o objetivo de difundir a cultura Hip-Hop através da dança Breaking.

 

 

Teninho, integrante do Embrazados Crew

 

 

“As apresentações que estão acontecendo têm muito a ver com a nossa cultura, e é isso que queremos, fortalecer o hip-hop no estado de Sergipe. A prefeitura de São Cristóvão está nos apoiando muito com essa força de trazer a cultura hip-hop para as ruas. Espero que tenham outros eventos para fomentar essa cultura que é bastante rica”, Teninho, integrante do Embrazados Crew.

 

 

Embrazados Crew

 

O palco do evento contou com atrações espontâneas dos presentes e também com o grupo de Rap Nine Senses. “A gente vem fortalecendo o movimento hip-hop aqui na zona oeste já faz 10 anos, 8 anos com essa formação do grupo. Nosso trabalho é em prol de reconhecimento da nossa arte e do movimento hip-hop aqui em São Cristóvão e aqui no Rosa Elze, estimulando os jovens a encontrarem um caminho através da arte, da expressão, do frestyle e da música em si”, disse VG, integrante do Nine Senses.

 

 

Nine Senses

 

Houve também a apresentação do grupo Bruxas do Cangaço, grupo de Rap Feminino. “A importância desses espaços é exatamente para que possamos nos expressar. As coisas as vezes acontecem de forma drástica e o hip-hop traz esse grito de socorro para que a gente possa colocar para fora nosso desabafo. A pandemia travou a gente e agora a expectativa é enorme pois o evento tá lindo. Coração a mil”, afirmou Pagu MC, do Bruxas do cangaço.

 

 

Bruxas do Cangaço

 

“Como próprio nome já diz nós somos as Bruxas do Cangaço, então falamos sobre o que é ser uma mulher bruxa, fora da sociedade e como alguém que não merece ter acesso. A gente traz tudo isso nas nossas músicas trazendo o cangaço, mostrando a força nordestina e mostrando que no cangaço não só tinha homens e sim também mulheres na linha de frente. Precisamos todas nós estarmos hoje na linha de frente, como bruxas e como cangaceiras também”, afirmou Dani Brux, integrante do Bruxas do cangaço.

 

 

 

Para Elma Santos, diretora de cultura e arte da Fumctur, após a demanda de artistas, oficinas, shows e dança da cultura hip-hop recebidas através da Lei Aldir Blanc, a Fumctur decidiu reunir todos os contemplados criando um evento de Hip-Hop no bairro Rosa Elze. “A cultura Hip-hop é muito forte neste bairro, aqui acontecem eventos espontâneos e já existe uma movimentação da cultura hipp-hop, como batalhas de rimas, eventos que eles fazem por conta própria através de coletivos organizados que fazem a difusão dessa cultura”, explicou Elma.

 

 

Elma Santos, diretora de cultura e arte da Fumctur

 

“Então estamos contemplando aquilo que já ocorre aqui espontaneamente, buscando fortalecer esses movimentos. Nossa ideia é que esse seja o primeiro evento de outros que a gente pretende desenvolver junto a esses grupos aqui de São Cristóvão”, finalizou Elma. Por conta do mau tempo e das fortes chuvas as oficinas de Rima, Graffiti, Formação Cultural e Break foram adiadas para data a ser futuramente divulgada pela Prefeitura de São Cristóvão.

 

 

 

 

Fotos: Heitor Xavier