Prefeitura de São Cristóvão dá início à parceria com RETREND Brasil ofertando exames para mais de 400 pessoas com diabetes no município

01/03/2024 - 22:16 Atualizado há 8 horas

Nesta sexta-feira (01), a Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão, em parceria com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), e a Universidade Federal de Sergipe (UFS), inaugurou o projeto “Cidade Mãe Cuida: Cuidando dos Usuários com Diabetes”, que ofertará exames para cuidado de pacientes diabéticos em 10 sextas-feiras de atendimento especializado e ofertas de exames. O lançamento aconteceu na UBS Jairo Teixeira, às 8h, com previsão de atendimento a 60 usuários no primeiro dia.

A iniciativa faz parte do projeto de pesquisa nacional “Prevalência de Retinopatia e Doença Renal do Diabetes no Brasil – RETREND Brasil”, que tem o objetivo de estimar a prevalência de duas condições de saúde relacionadas ao Diabetes Mellitus (DM): a retinopatia diabética (RD) e a doença renal do diabetes (DRD).

Ao todo, serão contemplados 476 usuários diabéticos no município, selecionados pelo atendimento dos Agentes Comunitários de Saúde de acordo com critérios de urgência de diagnóstico e tratamento. Os mutirões de atendimento serão realizados em unidades das cinco macroáreas de saúde do município, abarcando todo o território.

O prefeito de São Cristóvão, Marcos Santana, ressaltou a importância de ter a Cidade Mãe de Sergipe escolhida como a única cidade do Nordeste para participar do projeto. São Cristóvão tem quase quatro mil pacientes com diabetes, e os 476 selecionados receberão exames que sequer são ofertados pelo SUS.

“Me sinto um homem de sorte, é um momento de muita importância para os nossos usuários, para a nossa Secretaria Municipal de Saúde e para os profissionais que também estão aprendendo. Estou muito satisfeito hoje com esse projeto acontecendo aqui”, afirma.

Marcos Santana, prefeito de São Cristóvão

O projeto visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes diabéticos do município, focando na detecção precoce de alterações e lesões em órgãos-alvo, através da realização de exames relacionados a essas condições em amostra representativa de usuários do Sistema Único de Saúde em diferentes níveis de cuidado, mediados pelo eixo Integração Ensino-Serviço-Comunidade da Saúde de São Cristóvão.

Sayonara Carvalho, diretora de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, destaca que o município também garantiu receber frutos dessa parceria: “São Cristóvão foi contemplado com a garantia de que o projeto trará benefícios para nossa população e ajudará na saúde do município. Dizer como é que está a avaliação desse cuidado e quais exames os pacientes devem fazer. Hoje eles farão a hemoglobina glicada, que é do controle do dia, e ainda vão fazer a retinografia, que é o exame que detecta a retinopatia diabética. Sendo detectada em algum estágio, os pacientes terão a garantia desse tratamento”.

Sayonara Carvalho, diretora de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

Durante o dia de atendimento, serão ofertados exames de sangue capilar para realização da Hemoglobina Glicada e Creatinina; exames de urina com medição de Albuminúria e Creatinúria, para detecção de função renal e Doença Renal no Paciente Diabético; retinografia, exame oftalmológico para a detecção da Retinopatia Diabética e casos alterados; e, em outro momento, o exame do Pé Diabético, para evitar amputações e sequelas decorrentes.

Parcerias

No primeiro dia de atendimentos do projeto, foi montado um dispositivo para assinatura do termo de cooperação entre instituições, marcando o lançamento do projeto em São Cristóvão. O momento contou com falas inspiradoras do prefeito e de representantes das Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e de Oftalmologia (SBO), além de representantes da Secretaria Municipal de Saúde de São Cristóvão.

A vice-presidente da SBD e endocrinologista Dr. ª Karla Rezende aponta o quesito inovador do projeto, que visa dar um diagnóstico de como está a saúde dos paciente de diabetes na rede SUS, mostrando a proporção das complicações crônicas da doença, que são causas de sofrimento, morbidades e custos de quem convive com ela, como cegueira, amputação, insuficiência renal, infartos.

“Diabetes é a primeira causa de amputação no mundo, a segunda de cegueira em adulto e primeira e jovem. Segunda de insuficiência renal e ainda quadruplica a chance de infarto de quem tem a doença. Então, são essas complicações que vamos detectar, ver a frequência e o grau de controle e relacionar os resultados para obter dados e elaborar as políticas de saúde para fazer as melhorias necessárias”, explica.

Karla Rezende, vice-presidente da SBD e endocrinologista

Dr. Gustavo Melo, oftalmologista especialista em retina e coordenador local do RETREND Brasil, ressalta o prazer em fazer parte do evento em São Cristóvão, parte de um projeto científico e assistencial muito relevante.

“Nós estamos aqui em São Cristóvão representando o Nordeste do Brasil num projeto da Sociedade Brasileira de Diabetes, com o objetivo de avaliar a frequência da retinopatia diabética, que é o acometimento da retina do olho pelo diabetes e da nefropatia diabética, que é o acometimento da função renal. Em toda a população brasileira, por amostragem. Essa parceria com a prefeitura foi fundamental para que pudéssemos desenvolver esse projeto completo. Nós esperamos e temos quase certeza que tudo vai dar muito certo e vai ser muito benéfico para tanto para a população quanto para a ciência brasileira”, destaca.

Dr. Gustavo Melo, oftalmologista especialista em retina e coordenador local do RETREND Brasil

Como representante da UFS, a farmacêutica e mestranda Pâmela Chaves afirma que a pesquisa envolta no projeto é um ganho para todos - pesquisadores e população do município. “Além dos testes de hemoglobina glicada e creatinina, também estamos aferindo pressão arterial e fazendo o teste de retina. São testes em que o público alvo são pacientes que têm diabetes, principalmente diabetes tipo dois”, relata.

Os farmacêuticos Pâmela Chaves, Pedro Moura e Jessiane Bispo (da direita para esquerda)

A coordenadora de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, Rosely Mota, aponta, ainda, que o projeto foi pensado pela grande demanda da população com doenças crônicas no município, especialmente a diabetes, que é silenciosa e acarreta várias complicações.

”A doença pode afetar o paciente através de problemas renais, pode levar cegueira, neuropatia diabética. Então, tem uma gama muito grande de complicações silenciosas que podem aparecer. Nosso objetivo enquanto gestão da saúde é captar essa população e identificar essas complicações o quanto antes para evitar, por exemplo, uma amputação de pernas, cegueira, entre outras questões”, defende.

Rosely Mota, coordenadora de Doenças Crônicas Não Transmissíveis

Adesão positiva dos pacientes

Entre os pacientes contemplados no primeiro dia de projeto, o sentimento era de realização e gratidão. Como foi para Maria Dilma dos Santos, que foi diagnosticada recentemente com diabetes e tem a expectativa de descobrir complicações o quanto antes para se cuidar e ter qualidade de vida. “Para mim é ótimo, porque posso descobrir se tenho alguma coisa mais séria logo”, conta.

Maria Dilma dos Santos, usuária do SUS São Cristóvão

Outro paciente animado com os exames foi o usuário Helton Luiz Barbosa, que salientou a importância dos diagnósticos em seu dia a dia: “É muito importante porque assim nos mantemos melhor informados com as informações que obtemos aqui, que vão melhorar nosso conhecimento e nosso trato em relação a diabetes”.

Helton Luiz Barbosa, usuário do SUS São Cristóvão

Presenças

Estiveram presentes para prestigiar o lançamento do projeto o Secretário de Infraestrutura Júlio Junior e os vereadores Irmão Gibson, Rafael do Sucatão e Ítalo Macário.