Festa de Passos inicia com missa e caminhada entre Aracaju e São Cristóvão na noite de sexta-feira

04/03/2023 - 18:16 Atualizado há 1 dia



Uma das maiores festas religiosas do Estado – A Festa de Senhor dos Passos iniciou na última sexta-feira (03) com a Missa na Igreja São Judas Tadeu (Capuchinhos) em Aracaju, seguida da Caminhada do Senhor dos Passos que saiu de lá com destino a Igreja do Carmo em São Cristóvão, percorrendo pouco mais de 25 km.

 

Cleonice Batista, devota

A missa foi realizada com a Igreja dos Capuchinhos lotada e mais dezenas de pessoas acompanhando do lado de fora. Os devotos são pessoas de todas as idades que fazem a caminhada para agradecer as graças alcançadas e pedir proteção. Cleonice Batista, funcionária de um condomínio e devota de Senhor dos Passos, se disse disposta a andar a noite inteira e chegar ao amanhecer na cidade mãe. “Eu já consegui várias graças dele. Essa procissão tem uma força sobrenatural, é muita fé mesmo”, declarou ela.

Waléria Mácario, membro dos Romeiros de Bike

Waléria Mácario, educadora do município, sempre faz o caminho de bicicleta. Ela faz parte do grupo Romeiros de Bike que fazem duas vezes o trajeto vindo da cidade mãe e retornando com os demais romeiros, e vê a caminhada como um ato de agradecimento. “Ele tem um significado de fé, as pessoas acreditam inclusive pela história, dessa imagem que chegou num caixote endereçada a Sergipe Del Rey, chegou na primeira cidade do Estado, e a partir dali as pessoas começam a se voltar para aquela imagem com essa fé de alcançar uma graça de Senhor dos Passos, e de fato eles alcançam. Em função da gratidão pela graça alcançada, elas se dedicam nesse encontro”, explicou ela. Waléria falou ainda que a festa dá visibilidade a beleza da cidade e é  uma grande expressão de fé de várias realidades sociais.

Romeiros de Bike

 

Cleomar de Oliveira, artesã da Casa da Costura, diz que sempre fez a caminhada, e está pagando uma promessa que fez pela saúde do irmão. “Acho a caminhada interessante e uma devoção muito grande das pessoas. Todas as graças que a gente pede, a gente alcança, então temos que vir agradecer”, disse ela.

Ulisse Rafael, antropólogo 

Ulisses Rafael é antropólogo e professor da Universidade Federal de Sergipe, já participou da Festa no encontro entre Nossa Senhora das Dores e Senhor dos Passos, que acontece na procissão do domingo em outros anos, mas era primeira vez que vinha ver a missa e caminhada dos Capuchinhos. “As cidades históricas foram construídas em torno desses símbolos sagrados da Igreja, a base de informação está muito colada nessa presença católica, São Cristóvão, Laranjeiras, em Alagoas tem Penedo, são cidades que surgiram em torno dessas igrejas. As histórias antigas alimentam um certo imaginário sobre uma tradição de alguns cultos que se mantiveram e se mantém ao longo do tempo, dá uma mística a mais nesses acontecimentos”, explicou ele.

 

Centenas de pessoas caminharam durante toda a madrugada e terminaram o trajeto na Igreja do Carmo onde profissionais da Secretaria Municipal de Saúde realizaram uma sessão de escalda-pés a partir das 5 da manhã do sábado.