08/10/2024

Agosto Verde: Prefeitura intensifica ações de combate à leishmaniose

Durante o mês de abril, em todo o Brasil, uma força tarefa é realizada para combater e prevenir a leishmaniose, uma doença conhecida como calazar. A campanha, denominada Agosto Verde, também foi abraçada pela Prefeitura de São Cristóvão que, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), intensificou as ações que são realizadas durante todo o ano, como atividades de conscientização sobre os riscos da doença e formas de prevenção e visita às casas para testagens dos animais. 

A leishmaniose é uma doença grave, que pode afetar qualquer pessoa e, se não for tratada, pode levar à morte. É causada por um parasita chamado Leishmania (protozoário), que compromete principalmente o fígado e o baço. Acomete, em especial, animais como cães e raposas. 

Daniella Fraga, diretora de vigilância ambiental da SMS destaca que a campanha é fruto de uma grande união de esforços focada na atuação contra a leishmaniose visceral canina:  “Ao mobilizar recursos e envolver a comunidade, podemos reduzir significativamente a incidência da doença e proteger a saúde dos cães e das pessoas. Juntos, podemos tornar agosto um mês de conscientização e ação contra essa enfermidade devastadora”. 

Daniella Fraga, diretora de vigilância ambiental da SMS

A campanha Agosto Verde, segundo a agente de endemias Ana Clésia, da Unidade Básica de Saúde Alice Freire, localizada no Povoado Pedreiras, tem como objetivo alcançar todos os animais possíveis no município com o levantamento. Por isso, os agentes de endemias avisam sobre as ações nas comunidades com antecedência, já que é necessário que as pessoas estejam em casa, para a testagem dos animais. 

Ana Clésia

Graças a esse trabalho, é possível identificar o número de casos no município, que conta, atualmente, com trinta e cinco casos positivos. A força tarefa também faz um esforço de conscientização através do diálogo com a população, durante as visitas e entrega de panfletos informativos.

Entre as pessoas que receberam a visita da equipe da da Semed está Jucilene Gonçalves, das Pedreiras, que celebra o trabalho de prevenção: “É uma prevenção para a nossa comunidade. Às vezes, tem animais afetados e a gente nem sabe e depois transmitem para as pessoas. Então, é um programa muito importante para nós”. 

Jucilene Gonçalves, moradora da Pedreiras 

Sobre a leishmaniose visceral canina 

Inicialmente, sua ocorrência estava limitada a áreas rurais e a pequenas localidades urbanas, mas agora se encontra em franca expansão para os grandes centros.

É transmitida pela fêmea do mosquito palha, quando pica cães ou raposas infectados e também humanos. Na área urbana, o cão é a principal fonte de infecção. Na área rural, além do cão, outros animais podem se tornar reservatórios do mosquito. 

Os cachorros podem estar infectados, mesmo sem apresentarem sinais clínicos e são denominados de reservatórios do parasita. Estes cães são fontes de infecção para o inseto transmissor e, portanto, um risco à saúde de todos. A única forma de detectar a infecção nestes animais é através de exames de laboratório específicos. Quando os cães adoecem, apresentam principalmente os seguintes sinais clínicos:

Apatia; lesões de pele; queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas; emagrecimento; lacrimejamento (conjuntivite); crescimento anormal das unhas; falta de apetite e barriga inchada.

Em humanos os principais sintomas são: febre irregular de longa duração (mais de 7 dias); anemia; falta de apetite; emagrecimento; fraqueza e barriga inchada (pelo aumento do fígado e do baço, com o passar do tempo).

Apesar de grave, o Calazar tem tratamento específico para os humanos, com medidas complementares como hidratação, antitérmicos e outros medicamentos. Já o tratamento dos cães infectados não se configura como uma medida de saúde pública para controle da doença e, portanto, trata-se única e exclusivamente de uma escolha do proprietário do animal, de caráter individual. Além disso, mesmo que os sinais clínicos desapareçam com o tratamento, estes animais continuam sendo potenciais fontes de infecção para o mosquito-palha, representando um risco à saúde de humanos e de cães sadios das proximidades.

O mosquito-palha, transmissor da Leishmaniose, se reproduz em locais com muita matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos caídos, troncos apodrecidos, mata muito densa, lixo acumulado, fezes de animais) e sai para alimentar-se (picar) ao final do dia e durante a noite. Medidas simples que podem ajudar a se proteger contra o mosquito:

Medidas de proteção individual:

* Uso de mosquiteiro com malha fina:

* Telagem de portas e janelas;

* Uso de repelentes:

* Evitar se expor nos horários de atividade do mosquito-palha (fim de tarde e noite) em ambientes onde este habitualmente pode ser encontrado.

Medidas ligadas ao ambiente:

* Evitar acúmulo de lixo em casa;

* Não jogar lixo em terrenos vazios;

* Manter o quintal ou jardim sempre limpo, bem capinado e livre de fezes de cachorro, acúmulo de folhagens e restos de alimentos.

Medidas ligadas aos animais (Cães):

* Manter o abrigo do seu cão sempre limpo, sem fezes ou restos de alimento:

* Evitar sair para passear com o seu cachorro entre o pôr-do-sol e à noite, em áreas de transmissão;

* Uso de telas de malha fina em canis individuais ou coletivos;

* Coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, como medida de proteção individual para os cães.

Publicado por Érica Xavier
Fotos por Dani Santos
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