Achados na obra da Praça da Bandeira a transformam num Sítio Arqueológico que já recebeu visita de alunos da rede municipal

23/09/2022 - 11:43 Atualizado há 10 horas



A obra de revitalização da Praça da Bandeira no Centro Histórico já foi retomada após um período suspensa porque foram encontrados materiais históricos como cerâmicas do tempo do Brasil Colônia, e louças usadas pelos escravos. Dessa forma, a Praça passou a ser considerada um sítio arqueológico.

 

De acordo com a arqueóloga responsável pelo monitoramento arqueológico da obra, Jane Viana, durante a primeira etapa de pesquisa foram evidenciados vestígios arqueológicos, fazendo-se necessário uma segunda etapa com o intuito de realizar o monitoramento arqueológico. Até o momento, foram resgatados cerca de 149 artefatos do período colonial, composto por fragmentos cerâmicos e de vidro, além de vestígios osteológicos e de metal.

 

 

 

“Eu acompanho a escavação que é feita aqui e a cada material que eu vou encontrando nós recolhemos, tiramos foto dele. Em seguida, o material passa por uma etapa de curadoria, análise e então é entregue à instituição de guarda, que no caso daqui é o Museu de Arqueologia de Xingó (MAX), que pertence à Universidade Federal de Sergipe”, explicou.

 

Jane Viana, arqueológa

 

O Secretário Municipal de Infraestrutura, Júlio Nascimento Júnior, explica que ao iniciar a obra foram encontrados os primeiros materiais e que foi preciso paralisar para que nada fosse perdido. “Assim que achamos as primeiras peças fomos orientados pelo IPHAN a contratar uma equipe de arqueólogos para trabalharem no local. Dessa forma, fizemos um contrato com a Universidade Federal de Sergipe que enviou uma equipe do MAX, eles estão recolhendo e catalogando o material e, dessa forma, São Cristóvão ganhou o Sítio Arqueológico Praça da Bandeira”, esclareceu.

 

Júlio Nascimento Júnior, secretário de infraestrutura

 

O Secretário lembrou ainda que a obra de requalificação da Praça custou, até o momento, R$ 469.650,76, e o contrato de prestação de serviço em arqueologia R$ 43.796,55.

 

 

Trabalho Educativo

 

Dessa forma, houve a necessidade de levar esse conhecimento para as crianças por meio de aulas de educação patrimonial, como foi o caso dos alunos do 9º ano da EMEF São Cristóvão.

 

 

“Nós trabalhamos com essa conscientização acreditando que eles vão fazer a diferença em cada geração para que eles criem esse elo com o sítio e ajudem na preservação. Que cada jovem que passe aqui lembre de que existem vestígios dos seus antepassados e com isso eles tenham essa vontade e desejo de preservar essa história”, complementou a arqueóloga.

 

Para o professor de história e educação patrimonial da EMEF São Cristóvão, Cristiano Batista Santos, é importante que os alunos conheçam o que há de patrimônio em São Cristóvão. “A partir do momento que eles têm o sentimento de pertencimento e entendem a relevância do patrimônio, então naturalmente a gente espera que eles tenham também essa atitude de preservação desse patrimônio, a importância desse material e passar isso adiante”, disse.

 

Cristiano Batista Santos, professor de história e educação patrimonial

 

Daniel Almeida é aluno do 9º ano da EMEF São Cristóvão e comentou que ficou surpreso com a descoberta de objetos antigos na Praça da Bandeira. “Eu achei bem interessante esses achados de porcelana pois onde eu moro, no Candeal, tem muita chácara antiga, e eu já achei muitos pedaços de peças assim. Isso nos ajuda a conhecer mais da nossa cidade”, concluiu.

 

Daniel Almeida, aluno

 

Já a aluna Débora Pereira considerou uma aventura revisitar coisas do passado brasileiro. “É bem legal porque conhecemos mais do passado do município e ajuda também nos nossos estudos. São Cristóvão tem muita história, diversidade e outras coisas”, finalizou.

 

Débora Pereira, aluna

 

Fotos: Heitor Xavier